Quando a ligação com a minha mãe e a minha irmã terminou, ouvi batidas na porta do meu quarto e Lily entrou com uma caneca cheia de chocolate quente.
– Achei que você ia gostar de tomar algo quentinho. – Ela me olhou com um sorriso reconfortante. – O inverno está quase chegando por aqui, já está permitido beber chocolate quente.
– Eu aceito sim, Lily. Muito obrigada! – Ela esticou a caneca em minha direção e entregou para mim. Senti o calor da caneca passar para meus dedos e aquecer minhas mãos. Dei o primeiro gole e foi como sentir aquele mesmo calor percorrer o corpo todo, não só me aquecendo, como afastando a angústia.
– Dizem que chocolate também ajuda com momentos tristes. Acho que pode ser bem-vindo agora. – ela falou, enquanto se sentava em minha cama, bem ao lado da mesa onde eu estava com o computador.
– Você tem razão. Mas não estou triste, não. É só saudade. Obrigada por me acolher tanto, tia. Mas as vezes o coração aperta com saudade de casa.
– Eu entendo muito bem, querida. Quer um abraço? – Fiz que sim com a cabeça, coloquei a caneca de lado e Lily se esticou para me abraçar. Apoiei a cabeça em seu ombro, sentindo o conforto maternal que me envolveu com o abraço de Lily e me permiti chorar de novo. Foi difícil, de qualquer forma, segurar qualquer lágrima que eu estivesse lutando para não deixar cair.
– Obrigada de novo, Lily. Você tem sido incrível pra mim. Desculpa por nossa discussão naquele dia. Você vai se orgulhar de mim.
– Eu já me orgulho, pequena. Já estou muito orgulhosa de você. Quer ver um filme e comer pipoca?
– Quero. Isso está virando nossa tradição.
– É verdade. Mas é que não há nada melhor do que um bom filme e um balde de pipoca.
– Concordo plenamente. – Sorri para ela, enxuguei meu rosto molhado pelas lágrimas, desliguei o computador e a acompanhei para a sala.
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Analisar Péricles com Clary e Adam foi o ponto definitivo para entender que formávamos um bom trio. As contribuições de todos foram muito importantes e não demorou para que nossas análises e pontos de vista estivessem prontos para serem entregues para Ellana. Seguimos a análise que eu havia começado na aula, sobre Marina ser a protagonista dessa história que já deveria ser dela. Falamos sobre a problemática de ter sua história sempre envolvida com um homem assumindo as rédeas e como ela poderia ser sua própria heroína. Deu tudo muito certo e encaixou muito bem. Ao final, ficamos orgulhosos do que concluímos.
– Se essa análise não servir de base pra peça que vem aí, eu juro que não sei mais o que a Ellana espera da gente. – Clary falou empolgada.
– Já consigo imaginar você cantando as músicas como Marina, Lucy. – Adam me olhou empolgado.
– O que? Eu? Não não, Clary tem mais a cara de Marina do que eu.
– Para de esconder seu talento, Lucy. Você praticamente desenhou o rumo que toda essa história precisa ter, ninguém conhece melhor a essência da Marina do que você. – Clary me olhou empolgada e sorri de volta.
– Ok, a Marina parece ser um ótimo papel para ser meu primeiro na faculdade. No fundo, acho que eu queria muito. Mas você também seria ótima, Clary, deveríamos fazer o teste juntas.
– Não sei, eu tenho olhado mais para Thaísa, a mãe de Marina. Gosto dessa posição de voz da razão barra motivação para a revolução de Marina. Ela perde a mãe né?
– Quero o papel de Péricles, seríamos um casal, Clary. – Adam falou empolgado e nós duas o olhamos meio surpresas com sua empolgação. – Seria um desafio, sim, mas eu gosto da história do Péricles também, e acho que o desenvolvimento que demos para ele ficou ótimo também... – Adam falava quase sem pausas, tamanha era a empolgação, olhei risonha entre ele e Clary e ela o olhava travessa. Quando ele parou de falar, ela aproveitou o momento para brincar.
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Messed Up Summer
FanfictionLucy Jones está enfrentando o seu último verão antes de finalmente se tornar uma universitária e ser a artista que sempre sonhou. Mas como transformar seu último verão em sua Los Angeles em algo épico e inesquecível? Um pequeno flerte que começou na...