40 - A VIAGEM

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To kiss in cars and downtown bars
Was all we needed
You drew stars around my scars
But now I'm bleedin'

Beijar em carros e bares no centro
Era tudo o que precisávamos
Você desenhou estrelas ao redor das minhas cicatrizes
Mas agora estou sangrando

- Cardigan - Taylor Swift


Em uma semana, eu estava a caminho da cidade de Vivian. Tudo parecia meio surreal. A ficha só caiu realmente quando eu estava a caminho da casa de Vivian, embarcando para Cambridge. Apesar de saber todas as implicações que seria estar longe de casa, eu decidi que queria, precisava e fui.

No mesmo dia que falei com Vivian, avisei Lily. Por um momento, ela riu da minha cara, achando que era tudo uma piada. Depois, começou a questionar se eu tinha febre e, por fim, chegamos à bronca.

Foi difícil fazê-la entender que eu estava bem, que tomaria cuidado com meus ferimentos e que eu precisava de um tempo pra fugir da rotina. Mas quando eu expliquei que seria um momento meu para tirar toda a tensão que eu estava sentindo há dias, ela compreendeu.

De alguma forma, ela entendeu que eu tinha passado por situações muito estressantes em um curto espaço de tempo. E, logo, a viagem não pareceu mais um absurdo. Para garantir minha segurança, ela me ajudou com a minha pequena mala, com a compra da passagem e me levou até o embarque, sempre muito protetora e cuidadosa.

A segunda parte dolorida dessa semana, tirando os cuidados com os meus ferimentos e os hematomas, foi ignorar Marco para o bem da minha saúde. Eu precisava de um tempo para processar tudo aquilo. Meu único recado para ele foi no meio da semana, avisando que eu estava melhorando e que iria para a casa de VIvian. Outros vários questionamentos surgiram, mas ignorei.

Agora, eu estava chegando onde me encontraria com Vivian, enquanto Clary tagarelava ao meu lado. Ela parecia tão empolgada quanto eu. Se era chocante Vivian me convencer disso, ela ter convencido Clary era ainda mais surpreendente. Não conseguia ver Clary desistir de quaisquer que fossem seus planos para o fim de semana só para ir conhecer os lugares que Vivian frequentava.

De qualquer forma, a fala empolgada da minha amiga começava a me dar dor de cabeça. Se bem que...só alguém maluco culparia o falatório da amiga ao invés da queda na mesa e os hematomas pelo corpo como motivo de dor.

Quando finalmente chegamos, liguei meu celular, dando de cara com várias mensagens de Marco, mas esse não era o foco. Eu precisava avisar Lily que já tinha chego.

Pedi para que Clary se acalmasse e pegasse um remédio para dor. Automaticamente, minha amiga assumiu sua melhor versão enfermeira e pegou rapidamente o remédio que eu precisava. Não demorou para que uma garrafa d'água também brotasse na minha mão. Tomei meu remédio e fiquei aguardando ele fazer efeito.

Esperamos por Vivian por nem cinco minutos e ela já estava lá, correndo em nossa direção e me fazendo retesar, já que o impacto desse encontro me causaria desconforto. A minha cicatrização ia muito bem, eu já estava quase terminando o período de medicações, mas eu ainda tinha receios. Ainda dormia com o braço dobrado perto do corpo e sempre na mesma posição, como se estivesse congelada. Isso fazia com que eu dormisse mal, acordando várias vezes para voltar à posição confortável.

Vivian desacelerou quando viu meu receio e me abraçou de forma delicada. Respirei fundo, sentindo o conforto de um abraço conhecido e acolhedor.

– Eu nem acredito que vocês estão aqui! – Vivian falou, se afastando do abraço e olhando para nós duas.

Messed Up SummerOnde histórias criam vida. Descubra agora