32 - A ENTREVISTA

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– Destruiu toda a sua turma tendo a melhor voz que a Juilliard já ouviu? – Marco falou me olhando carinhoso, enquanto acariciava meus cabelos. Eu estava deitada em seu peito, abraçando sua cintura de uma forma meio torta, os dois esparramados em sua cama confortável.

– Ninguém foi destruído, garoto. Só cantei como eu deveria cantar. Mas eu fui bem sim, se é isso que você quis saber – falei segurando o riso, tentando parecer séria.

– Você sabe que possui uma capacidade surreal e que conseguiria humilhar muitos que fazem sucesso por aí.

– Ok, meu fã. Mas não humilhei ninguém, não. Todos lá são muito bons. E eu preciso lidar com Sadie, que cantou a mesma música que eu.

– Sério? – ele me olhou confuso, confirmei com a cabeça e ele comprimiu os lábios, sentido por mim. Não era sua intenção, mas a careta o deixou incrivelmente fofo. – E como você se sentiu?

– Irritada, insegura. Mas, no fim, a professora elogiou muito as duas. Tivemos o mesmo desempenho. Eu achei que fosse passar por outro momento triste, não ser a Marina já tinha mexido tanto comigo.

– Você é brilhante, Lucy, não interpretar Marina agora não vai te impedir de conquistar os diretores fodões de Hollywood.

– Que algum deles te ouça então – falei risonha, me virando para sair de seus braços e encarar o teto. Ele se posicionou ao meu lado, fazendo pequenos círculos em minha barriga com seus dedos.

– Acho que tenho uma boa notícia então.

– Qual? – olhei curiosa para ele.

– Aquela entrevista vai acontecer. Pra ser mais exato, será em dois dias. Se quiser, posso te ajudar com o repertório.

– Mas eu ainda nem fui aprovada...

– Você será. Ele não seria idiota de te recusar.

– Eu espero que esteja certo.

– Eu estou sempre certo.

– Nem sempre e você sabe disso. – falei convencida e ele revirou os olhos pra mim, se jogando pra trás, na cama.

– Você é chata, hein...

– Uma chata que você não cansa de beijar.

– É, você está certa. E eu vou beijar mais uma vez.

Marco se aproximou de mim, passando a mão pela minha bochecha e indo em direção a minha nuca. Ele segurou firme ali, enroscando um pouco dos meus cabelos na ponta de seus dedos e puxou meu rosto para um beijo. Deixei que seus lábios tocassem os meus e que sua língua invadisse minha boca. Nosso beijo foi ficando mais intenso, até que me debrucei sobre seu corpo. Apoiei minhas mãos em seus cabelos e prossegui com o beijo, enquanto enrolava suas mechas entre meus dedos.

– Obrigada! – falei, encerrando nosso beijo para que não evoluísse para algo que eu não conseguiria frear.

– Por...?!

– Por me ajudar a conseguir um emprego e por estar do meu lado sobrevivendo a Nova York comigo.

– Não tem que me agradecer em nada. É o mínimo que eu posso fazer por alguém tão incrível e que já me deu mais chances do que eu merecia – ele respondeu sincero, com um sorrisinho nos lábios.

– Isso eu preciso concordar – afirmei, porque o nosso passado ainda era fresco na memória e mesmo que fosse motivo de risos agora, toda a situação tinha servido como uma lembrança marcante e que definiria minhas relações dali adiante.

– Então, obrigada você por me deixar viver tudo isso ao seu lado.

– É mais fácil assim – sorri, fitando seus olhos castanhos.

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