8 - ROMANCE DE VERÃO

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Depois do episódio na praia e da conversa sábia que tive com a minha irmã, as coisas começaram a ganhar mais intensidade entre Marco e eu. Eu tinha uma ideia muito concreta do que eu queria para esse relacionamento. Mas um pequeno alerta insistia em me manter de olho em possíveis frustrações. Para quem já sofreu por amor, a blindagem para esse tipo de coisa tende a ser algo ainda mais sensível e difícil de ultrapassar. Então, eu me achava a candidata perfeita para viver esse romance de verão. O importante é que eu estava me permitindo viver aquele momento. Quando não sabemos qual o próximo passo, a gente precisa se agarrar no agora e torná-lo inesquecível.

Em mais uma tarde aproveitando tudo o que poderíamos antes do trabalho de verão, marcamos de nos encontrar em algum lugar reservado para que pudéssemos conversar sobre nossa vida, nossos planos, o que seria desse possível relacionamento. Ele, então, me mandou uma mensagem confirmando o horário que passaria em casa.

Enquanto eu me arrumava, quase poderia dançar de um lado para o outro e cantarolava pela casa. O cenário perfeito para as provocações de Agatha. Desci as escadas indo para a cozinha, e minha mãe e minha irmã me encaravam.

– Qual o motivo da felicidade? – minha irmã perguntou, já rindo travessa.

– Nenhum, só estou feliz. – respondi, tentando desconversar. Se eu explicasse, ela faria perguntas que eu não queria responder ainda. Apesar de sermos grandes confidentes, queria esperar para falar com elas, eu já havia criado problemas demais quando coloquei Josh em nossa vida.

– Sei. Eu acho que essa felicidade toda tem um nome bem específico, moreno, latino e um sorriso encantador.

– Ok. Mãe, eu vou sair com o Marco, tudo bem? – as duas se olharam e trocaram sorrisos.

– Claro, tudo bem. Mas preciso que volte antes das 18h, me comprometi com um turno extra na loja do seu avô e não quero que sua irmã fique sozinha.

– Qual é? Desde quando eu preciso de babá?

– Claro, mamãe. Volto para cuidar da nossa caçula. – apertei as bochechas de Agatha, ela deu um tapa na minha mão e fechou a cara.

Saí para encontrar com Marco, que me esperava na porta de casa. Ele sorriu para mim e eu senti o corpo inteiro vibrar com aquele sorriso. Eu precisava focar para seguir com os meus planos e fazer tudo como o planejado, sem se entregar, só um amor de verão. Ele esticou a mão para que eu entrelaçasse.

– Tudo bem com você? – ele me deu um beijinho molhado na bochecha - Tá corada.

– Ah, estou é? Deve ser o sol, tenho ido muito para a praia.

– É, bastante sol. Certo, para onde nós vamos?

– Pensei em algo mais tranquilo, acho que um piquenique no parque ou algo mais calmo.

– Rústico, pode ser.

Eu ri da resposta dele e fomos em direção ao parque que ficava próximo de casa. Já que eu tinha horário para voltar, não poderia me arriscar indo longe. Fomos caminhando, passando pelos mesmos lugares em que passamos naquela noite em que ele me trouxe de volta para casa. Era divertido pensar em todas as provocações que rolaram naquela noite e hoje estamos aqui, de mãos dadas, sem saber muito bem o que é essa relação. A caminhada não demorou até o parque e na entrada compramos algumas coisas para comermos.

Ele parecia animado e eu devia parecer tensa, porque ele me perguntou mais vezes se eu estava realmente bem. Encontramos um lugar bem tranquilo, mais afastado e perto de um lago. Era possível esquecer que era um parque, com mais pessoas. Ele tirou a camisa que usava por cima da regata branca e colocou na grama para sentarmos.

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