Capítulo XXXIV

4.9K 508 56
                                    

MuriloEncarei minha ex agora enxergando - a melhor

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Murilo

Encarei minha ex agora enxergando - a melhor. O olhar sedutor com promessas de manipulação.

A forma como se movimentava pela sala tentando mostrar o máximo das longas pernas.

— Não se importa que eu fique assim, não é querido? Você já me viu com bem menos. Não sente saudades, meu amor? De fazer sexo gostoso com uma mulher do seu nível. — Revirei os olhos com uma careta de nojo. Meu corpo arrepiou de asco com as palavras dela.

— Não me importo nem um pouco, Luiza. Apareci aqui na sua casa, porque tenho pontos ainda a acertar contigo. — Falei já irritado.

— Temos vários assuntos, meu querido, mas você lembra dessa lingerie? Desse conjunto que você comprou para mim na Itália? — Falou abrindo o negligé e mostrando uma lingerie minúscula e transparente.

Ela tentou se aproximar, mas impus distância indo para o outro lado da sala. Não iria dar chances para o azar, tinha um gravador no meu bolso, gravando a conversa toda. Vai que essa desequilibrada tentava me acusar de algo.

— Não lembro de lingerie nenhuma, e para de se humilhar, tenha um pouco de amor próprio e pare de se expor a um homem que não te quer. Quero falar sobre algo sério e do nosso interesse. — Eu era um homem cheio de erros e defeitos, mas se tinha uma coisa que eu não era, era desleal.

Ela sabia disso. Não sabia por que ela estava tentando me seduzir, mesmo que sentisse algo pro ela ainda — coisa que não acontece — nunca trairia ninguém. Muito menos a mulher que carrega a minha filha.

— Antes se esbaldava nesse corpo, eu não sou um brinquedo velho para você jogar fora quando não mais te convém, Murilo. — Revirei os olhos. Quem a vê falando assim pensa que fui eu a terminar o nosso relacionamento.

Era irônico ouvir a mulher que me expulsou de casa, me acusou de ter errado com ela, falar agora que eu estou a jogando fora.

Eu fui jogado fora... Eu fui traído em vários aspectos, fora o óbvio. Luíza não tinha a mínima decência. Constatei a olhando irritado.

— Não estou aqui para falar sobre sexo ou a falta dele, Luíza. — Falei arqueando a sobrancelha e sentei na poltrona indicando para que ela sentasse na outra.

— Não, antes vou preparar um bebida para a gente. Tenho ainda o seu Uísque favorito você anda muito estressado, marido. — Ela falou e eu senti um arrepio na espinha.

— Não quero nada, mas se quiser fique a vontade para beber. — Falei. Eu que não iria beber nada com a minha ex.

— Vai fazer essa desfeita comigo? O que... — A cortei desconfiado.

— Já falei que não quero nada, ainda tenho assuntos da empresa a resolver hoje. E quero que a nossa conversa não demore mais do que o necessário, então colabora comigo Luíza, para o seu próprio bem.

— Sempre algo ou alguém é mais importante do que eu na sua vida. Antes era a empresa, agora tem essa criança e a favelada da Mariana.— Trinquei minha mandíbula.

Luíza fazia difícil para mim continuar controlado, nunca tive vontade de bater em uma mulher, sempre abominei violência contra vulneráveis, mas  até nisso a Luíza estava me testando.

— Primeiro de tudo, não pense, não procure, e não fale da Mariana e do nosso bebê. Eu sei que você foi até a loja dela, os seguranças que coloquei para a protegê - la me notificaram.

— Agora aquela encardida tem seguranças? Nunca teve essa preocupação toda comigo. — Falou ressentida.

— É por causa do encardidinho na barriga dela? Você nem sabe se é seu, Murilo! — Como uma mulher dessas queria ser mãe?

Constatei pensativo que ela não queria ser mãe, apenas queria um filho meu para me garantir ao seu lado.

E ainda mesmo sabendo de tudo que fez teve a audácia de me culpar por não ter conseguido  tê – lo.

Quem é você de verdade, Luiza? Uma mulher doente precisando de tratamento ou uma mulher sem escrúpulos que não mede esforços para conseguir o que quer? — Pensei intrigado.

— Luíza não abra a boca pra falar da minha filha ou da mãe dela.

— É uma menina? — Ela questionou trincando os dentes.

— Não te interessa, não fale nelas, não pense nelas, eu já disse! Esqueça a Mariana e o nosso bebê.

— Você enche a boca pra falar nosso. Mas tenho certeza que não é seu... Eu tenho...— A cortei cansado dela ficar negando a minha paternidade a todo momento.

— Luíza não é da sua conta, mas  a Mari exigiu um DNA justamente por causa de pessoas como você. Já fizemos e adivinhe só? Meu bebê, eu que fiz, eu engravidei a Mariana em uma maravilhosa noite. Satisfeita? — Falei puto vendo o brilho nos olhos da Luíza se apagando e ela se abraçar com se sentisse frio.

Eu não costumava ou gostava de ser cruel, mas eu estava no meu limite com ela.

Deus era testemunha do esforço que eu estava fazendo para ser sensato e tentar terminar tudo da melhor maneira possível.

— Você não é o homem com quem me casei... O Murilo que eu conheci nunca falaria assim comigo, nunca engravidaria uma qualquer.

— Luíza eu não engravidei uma qualquer, engravidei a mulher da minha vida. — Ela deu dois passos para trás como se eu a tivesse esbofeteado.

— E vamos ao que interessa. — Joguei a cópia dos laudos médicos na mesinha de centro para que ela pegasse.

— O que é isso? — Perguntou apreensiva. É para ficar com medo mesmo, vagabunda.

— Laudos médicos do seu transtorno, querida. — Ela arregalou os olhos pegando a pasta parda.

— ISSO É TUDO MENTIRA! MENTIRA! EU NÃO SOU UMA DOENTE! VOCÊ  QUER COLOCAR A CULPA DO SEU ABANDONO EM MIM. — Certeza que é louca, mesmo.

— Não é isso que os laudos de dois dos maiores psicólogos e psiquiatras de São Paulo, alegam. Você escondeu de mim um transtorno agressivo, mentiu sobre está medicada. Sabe que não tolero deslealdade, não é Luiza? — Falei sarcástico. Agora Luiza chorava compulsivamente, mas já não tinha efeito sobre mim.

O ódio que eu estava sentindo tinha apagado qualquer resquício de compaixão por aquela mulher.

— Isso não é nem o melhor, veja a surpresa que eu tive sobre a mulher passei anos casado. — Joguei o dossiê de Antônio no mesmo lugar da outra pasta.

Luíza parou de chorar com os olhos arregalados, pegou com as mãos trêmulas o dossiê e lentamente o abriu.

— Mandou seu cão de guarda me investigar?— Perguntou agora não mais descontrolada, Luiza estava fria. Quem diabos era essa mulher? Parecia ter dupla personalidade.

— O que acha?

— Acho que está fazendo um grande esforço para se livrar de mim, marido. — Falou sarcástica.

— Não vai negar? Ou tentar se defender? — Estranhei a mudança de postura.

— Você acreditaria? Acreditaria se eu dissesse que tudo nesse dossiê é uma mentira? — Cínica do caralho.

— Não.

— Então, por que perder meu tempo fazendo – o? Abortei mesmo, trai mesmo. Você é o de sempre, um workaholic Murilo, sempre priorizando qualquer coisa acima de mim. — A vagabunda ainda está tentando me culpar pela traição dela!

— Se você me desce mais atenção, eu não teria buscado em outro ligar, não teria engravidado e hoje poderíamos ter um herdeiro legítimo, quem sabe dois, e você não teria que se contentar com um encardido. — Quase voei nos pescoço dela, segurei os braços da cadeira como se minha vida dependesse disso.

Eu tenho uma filha por nascer, não mate essa infeliz e seja condenado por  homicídio. — Falei para mim mesmo.

— Junto com o dossiê esta o novo acordo de divórcio. Leia ou mande seu advogado ler. Caso não aceite, todas essas belíssimas informações estarão na mídia com a sua foto estampada. — Ela me encarava com ódio.

— Você vai ser exposto junto comigo... — Tentou argumentar.

— Não me importo com a repercussão só quero me livrar de você. A propósito aborto é crime aqui no Brasil, se eu me recordo bem, não sou um entendedor profundo de leis, mas acredito que você pode ser indiciada com os laudos e as provas do médico açougueiro a que você se submeteu, vai saber... Estou saindo. — Joguei a ameaça e levantei.

— E Luíza? — Virei  - me de frente para ela —  Graças ao bom Deus não tive um filho com um monstro como você. — Ela se descontrolou novamente e jogou o enfeite do aparador na minha direção, desviei com agilidade e andei tranquilamente até a saída enquanto ela quebrava a sala — que não teria dinheiro para reformar — e me ameaçava.

— ISSO NÃO VAI FICAR ASSIM! VOCÊ É MEU, MEU MEU, MEU. EU VOU INFERNIZAR A SUA VIDA E DAQUELA VAGABUNDA! SE NÃO FOR FELIZ COMIGO, NÃO SERÁ COM MAIS NINGUEM...

Esperava que ela se ajudasse e me ajudasse, falaria novamente com os pais dela para a pressionarem a assinar o acordo.

Eu só queria viver a minha vida. Será que era pedir demais?

Continua...

Eita, será que a Luíza  vai aceitar o acordo?

Gostou?






Inesperadamente Grávida - Livro 1 - Série Bebes InesperadosOnde histórias criam vida. Descubra agora