Capítulo I

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Mariana

Festa estranha com gente esquisita, era tudo que passava pela minha cabeça quando entrei nessa nova boate. Eu estava com as minhas duas melhores amigas do mundo todo numa balada eclética demais para ser real e ainda mais cara, porém minha linda irmã caçula estava fazendo bico de DJ essa noite para uma amiga e ela era responsável pela pluralidade musical que estava acontecendo no lugar.

Taiana sabia pilotar um fogão e combinar sabores como ninguém, não era à toa que era gastrônoma, mas selecionar músicas, mixar e fazer transições não era muito com ela, porém essa balada deve ter um alto grau de gente drogada já que o pessoal parece realmente está gostando desse mexidão de ritmos.

Minha amada irmã queria juntar o útil ao agradável me fazendo sair de casa para vencer a minha fossa e ainda ver sua primeira performance como Dj, mesmo que como substituta meia boca. Ainda por cima a maluca me faz uma dessa.

E essa vai em oferecimento  a minha irmã Mariana, mana segura as gaias! Quem nunca foi corno, nunca foi feliz! ─ Garota sem noção do caralho, me encolhi olhando para os lados, mas ninguém realmente estava se preocupando em procurar a irmã da DJ do inferno.

Depois de me irritar e de quase uma garrafa inteira da minha tequila preferida José Cuervo, porque nesse lugar chique carecia do Velho Barrero, pois caso contrário já tinha botado ele pra cantar, comecei realmente a gostar das músicas selecionadas pela voduzinha da minha irmã.

Será que a bebida já tinha afetado meu discernimento?

Esperava que não.

Quem eu quero não me quer, quem me quer não vou querer, ninguém vai sofrer sozinho todo mundo vai sofrer! ─ Cantava agarrada a uma garrafa de tequila José Cuervo.

Ser corna é minha sina, caralho de vida fodida da porra. mais bagaçada que resto de feira. Aquele filho da puta meteu duas de quinhentas na minha cabeça com a secretária. Ainda disse que a culpa era minha, porque estava a duas semanas sem sexo. Duas semanas, duas porra de semanas e o cara não consegue segurar aquela pomba desmilinguida vagabunda dentro da calça? Foda – se!

Quem foi o doido que resolveu aceitar minha irmã nesse bico de DJ, mesmo?

Minha voduzinha adorava se arriscar, testar coisas, se colocar em evidência, meu completo oposto. Enquanto eu fugia de problemas, tentava deixar tudo na mais perfeita ordem, Taiana era o caos. Prova disso era esse novo hobbie como DJ. Passada, chocada estou. Para prestigiá – la resolvemos vir aqui em vez de outra boate com melhor música e mais em conta. Acho que estourei o limite do meu cartão só nessa noite e olhe que minha palavra de ordem é sempre “poupe dinheiro”.

Eu e as meninas nos conhecemos na Unifesp ─ a Universidade Federal de São Paulo ─ éramos de cursos diferentes, mas estranhamente tivemos uma matéria juntas e não nos separamos mais, eu tinha uma grande dificuldade em fazer amigos, na mesma medida que eu era doida, era introspectiva, e pessoas no geral me irritavam, odeio conhecer gente nova, odeio baladas e barulho, gosto de tudo do meu jeito e nos meus conformes ou surto ─ Será que por isso fui chifrada? Eu era tão insuportável assim? ─ Continuei agarrada no José, ele sim nunca vai me machucar e entornei a bebida no gargalo mesmo.

─ Não! Ele não te traiu, porque você é controladora, Mariana! Ele te traiu, porque é um grande canalha do caralho. ─ Virei – me 360º vide, Regan, a menina do exorcista. Aquela garota lia meus pensamentos e isso era assustador pra porra.

Inesperadamente Grávida - Livro 1 - Série Bebes InesperadosOnde histórias criam vida. Descubra agora