Capítulo 01

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A sensação que eu tenho neste exato momento é de completa plenitude.

É o que eu precisava, estar aqui, no meio de pessoas que são familiares para mim, bebendo, cantando alto, dançando, colocando todos os meus problemas de lado enquanto alguém se esfrega em mim ao som de uma batida qualquer de funk.

A bebida em minha mão esquerda estava pela metade. Era a quinta da noite e eu ainda não havia sentido o poder do álcool em minha corrente sanguínea, malefícios de ter o fígado vacinado, eu acho. Por mais que eu tente, eu só sairei bêbado desse baile se eu entornar todas, e nesse momento, eu não tenho dinheiro o suficiente para isso, no máximo mais duas ou três cervejas.

— Você parece estar distante — A mulher que neste exato momento rebola para mim ao som de MC Lan reclama ao se virar para trás.

— Impressão sua. — Sorrio para ela enquanto coloco minha mão livre em sua cintura e acompanho seus movimentos.

Eu sentia o suor escorrer pelas minhas costas à medida que as batidas ficavam mais pesadas, assim como as letras das músicas.

Eu me sinto em casa aqui, no meio dessas pessoas, dançando como se não houvesse amanhã enquanto essa mulher maravilhosa rebolava para mim e sorria para suas amigas que dançavam em nossa frente.

A pressionei ainda mais na minha cintura e acompanhei seus movimentos, rebolando junto com ela, sentindo suas curvas, assim como ela sentia minha bunda, já que sua mão parecia ter adorado o lugar.

— Minhas amigas estão morrendo de inveja. — Ela solta uma gargalhada.

— Se qualquer amigo meu estivesse aqui, a inveja seria deles. — Sorrio de volta e a viro para mim.

— Qual o seu nome? — Ela pergunta enquanto coloca as mechas loiras de seu cabelo atrás da orelha

— Leonardo. — Sorrio para ela. — Gostou tanto assim da minha bunda? — Suas mãos ainda estavam lá.

— Muito. — Ela sorri outra vez. — Se incomoda?

— Fique à vontade. — Acabo minha bebida e coloco o copo em cima da mesa ao nosso lado. — Ela e toda sua

Voltamos a dançar, mas dessa vez sem nada para atrapalhar.

Ela dançava muito bem. Seu corpo parecia acostumado com as músicas que tocavam, como se ela tivesse decorado cada coreografia.

Sua cintura se mexia bem, e ela sabia o que estava fazendo, era nítido só de olhar para o seu corpo, que agia no automático, como se ela fizesse isso desde cedo, o que talvez fosse o caso.

Ficamos nessa por alguns minutos, rebolando e nos esfregando um no outro, talvez minutos até de mais, e então a deixei com as amigas para ir ao banheiro.

Só de bater o olho na fila senti o suor escorrendo pelo meu rosto, mas não havia outra opção além de esperar, então foi o que fiz. Fiquei escorado na parede por pelo menos trinta minutos até chegar a minha vez, e assim que cheguei dentro daquela cabine foi como se eu estivesse recebendo um milagre divino.

Assim que eu saí, lavei minhas mãos e voltei para onde eu estava e encontrei aquela mulher dançando com outro. Ela parou por um momento e me encarou, mas sorri para ela e continuei a observar tudo a minha volta.

— Esse é meu amigo, Vítor. — Ela se aproxima de mim quando a música acaba trazendo consigo o rapaz com quem dançava.

— Prazer Vítor. — Sorrio para o rapaz loiro a minha frente. — Leonardo.

— Você é muito bonito Leonardo. — Ele parece se arrepender do elogio logo após o fazer, como se tivesse medo de mim. — Estou um pouco bêbado, me desculpa.

Conflitos InterpessoaisOnde histórias criam vida. Descubra agora