Capítulo 25

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ALERTA DE GATILHO

Eu estava sentindo como se fosse um daqueles personagens de filme, aqueles que são donos de empresas, podres de ricos, que sequer sorriem para as pessoas. Eu me sentia poderoso dentro daquele terno todo preto, e apesar de eu me sentir o dono do mundo ao me olhar na frente do espelho, eu era apenas o motorista de alguém, não um homem rico, frio, calculista e dono de uma empresa multinacional renomada.

Depois que caí do meu cavalo, saí do banheiro da minha casa e fui em direção a cozinha beber um pouco de água, e assim que apareci por lá, minha mãe olhou pra mim.

― Estou achando que você volta com uma pretendente rica hoje, ou um pretendente... ― Ela sorri.

― Mãe, eu vou ser o segurança da festa do Elias, o que de atrativo tem nisso?

― Meus filhos foram muito bem-feitos viu, fiz com gosto pra saírem essas belezuras ai...

― Meu Deus! ― Grito. ― Tá virando o Silvio Santos agora? Cada vez que fica mais velha, mais bobagem fala. ― Começo a rir.

― Uai. ― Ela começa a rir. ― Você tem é que aproveitar enquanto está novo meu filho, porque quando você estiver na minha idade, os pretendentes irão desaparecer.

― Até parece que dia desse mesmo a senhora não estava indo nos bailes atrás de homem.

― Me respeita menino. ― Ela ri. ― E tem muito tempo isso.

― Dois anos não é muito tempo. ― Sorrio. ― Tá bom de a senhora arrumar um namorado pra parar de ficar cuidando da minha vida.

― Sempre vou cuidar da sua vida Leonardo. ― Ela sorri. ― E por que você está saindo tão tarde hoje?

― Elias pediu para que eu chegasse as quatro da tarde.

― Entendi... ― Ela me encara. ― O Asafe volta com você hoje?

― Amanhã... ― Olho para ela. ― Vou ficar por lá hoje, e amanhã ele vem comigo.

― Vai ser muito bom ver vocês dois juntos na mesma casa...

― Sei... ― Faço cara feia pra ela. ― Para com isso viu. ― Pego minha mochila em cima da cama.

― Se ele for gay e você não arrumar um jeito de fazer dele o meu genro, vou ficar muito chateada.

― Meu Deus do céu! ― Grito mais uma vez. ― Para com isso mãe, nunca vai acontecer!

― E por que não? O que uma coisa tem a ver com a outra?

― Uma coisa a ver com a outra? Que coisa a ver com outra coisa? Não estou te entendendo...

― Uai, só queria saber o motivo desse grito. Só estava brincando...

― Isso não vai acontecer mãe, estamos vivendo na realidade, e a nossa é completamente diferente da dele. Uma coisa dessas nunca dá certo.

― Nunca dá se não houver tentativas...

― Eu não vou tentar nada... ― Respiro fundo para evitar que e comece a tremer.

― Leonardo...

― Mãe, só para, por favor. ― Olho bem para ela, que cala a boca.

― Tudo bem...

― Obrigado. ― Dou um beijo na testa dela e vou em direção a porta.

― E Leonardo... ― Ele me chama. ― Quando encontramos alguém de bom coração que respeita até o menor de nossos ossos, o mínimo que podemos fazer é dar uma oportunidade para a vida. ― Ela me encara. ― Não cometa os mesmos erros que eu, porque no final eu acabei sozinha, sem nada e com dois filhos para criar. ― Ela se levanta e então vai para a pia lavar algumas vasilhas.

Conflitos InterpessoaisOnde histórias criam vida. Descubra agora