Capítulo 31

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Havia acabado de chegar em casa após um longo dia no serviço. As coisas por lá não estavam sendo fáceis. Elias se comportava como se eu fosse um bandido que acabara de entrar em sua casa para levar tudo o que ele tinha, sempre com medo e me olhando torto, e Yoora parecia querer me apunhalar pelas costas, e em partes eu achava que era isso que ela planejava, mas eu estava de olho nela e em seus passos, porque caso algo aconteça, estarei preparado.

Minha situação com o Asafe foi um pouco inusitada. Sei que ele ainda não estava pronto para transar, ele havia me falado isso e seu corpo me mostrava isso, mas tal fato não o impedia te tentar, acho que isso estava fazendo com que seu medo fosse embora, e eu estava amando essas tentativas.

Mais cedo eu estava na área da piscina conversando com o Jão pelo telefone quando ele aparece usando aquele short azul. O vi sorrir e ir em direção a piscina com o irmão, que minutos depois, saiu para brincar com um gato que apareceu no jardim da casa, e essa foi a deixa para ele sair da piscina sem tirar os olhos de mim, mas isso não me impediu de tirar os olhos daquele corpo completamente molhado e aquele sorriso incrível estampado em seu rosto, e naquele momento, tudo o que eu quis foi tirar aquele short e o ver completamente pelado, e eu não sabia se isso era devido ao fato de eu estar na seca ou se ele realmente mexia tanto assim com a minha libido, e parando pra pensar, na verdade pouco importava. O fato é que eu iria esperar o tempo que ele precisasse, nem que pra isso a gente precise fazer esses joguinhos para que ele possa se acostumar com a sexualidade que estava aflorando dentro dele.

Nunca o perguntei se ele já havia ficado com alguém, apesar de isso não importar, mas se a resposta for não, explicaria o fato de ele sempre pisar em ovos quando está comigo, porque depois do que aconteceu, o medo passou a falar mais alto para ele e Asafe nunca havia tentado algo mais com quem quer que seja. Tenho que me lembrar de perguntar isso a ele depois.

Após tomar um longo banho, onde não tive alternativa a não ser me aliviar, me vesti e fui para a cozinha fazer algo para que eu pudesse jantar.

Minha mãe havia saído com as amigas dela para comemorar o fim do tratamento. Lembro que antes de sair ela me disse que não era para a esperar acordado, e eu morri de ri dela se achando por causa disso. Fiquei muito feliz que a vida voltou a se apossar de seu corpo outra vez, porque nos últimos meses tudo o que eu conhecia dela era seu sofrimento e sua luta contra o câncer, câncer que finalmente se foi. Eu não disse isso a ela, mas eu chorei muito depois do seu último tratamento e da conversa com o oncologista.

― Você vai ficar em casa a noite toda? ― Pergunta Leo ao interromper meus pensamentos.

― Pretendo. ― Me viro para ela. ― Por quê?

― Só pra saber. ― Ela sorri e se direciona para a porta.

― Posso te fazer uma pergunta?

― É indiscreta?

― Sim... ― Me aproximo.

― Faça... Você vai perguntar de qualquer jeito...

― Você pretende largar essa vida? ― A encaro.

― Eu não sou masoquista Leonardo, é claro que pretendo, mas ainda não posso, não enquanto eu não conseguir o que quero.

― Fazer a cirurgia...

― Sim. Ainda preciso juntar mais um pouco de dinheiro, e após o procedimento e a mudança de identidade, pretendo sumir desse país e começar do zero. Quero outro nome, outra vida, conhecer pessoas novas, me apaixonar... Não posso continuar aqui. Esse país não é bom para pessoas como eu. Sempre há uma de nós morrendo

― Eu sei... ― Lamento.

― E agora está ainda pior. Só essa semana duas meninas apanharam na rua.

Conflitos InterpessoaisOnde histórias criam vida. Descubra agora