Capítulo 37

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Eu havia acabado de estacionar o carro na garagem. Asafe olhou para mim, me acordando junto com ele. O final de semana que tivemos havia sido incrível. Vivemos em nosso próprio mundo por dois dias, e agora teríamos que voltar a realidade que batia em nossa porta, algo que não estávamos muito a fim de fazer.

― Tudo o que eu queria nesse momento era voltar para o seu quarto... ― Asafe lamenta.

― Nós podemos fazer isso. ― Me viro para ele. ― Basta você me pedir para ligar o carro e nos levar de volta.

― Sim. ― Seu sorriso era incrível.

― Mas não vamos... ― Pego suas mãos. ― O Gael chega hoje e você precisa estar aqui...

― É... ― Asafe abaixa a cabeça. ― Eu queria tanto que avançássemos alguns anos e que ele tivesse a capacidade de se defender sozinho.

― Isso ainda vai acontecer Asafe, mas ele precisa de você para isso se concretizar.

― Eu sei... Eu sinto que esse medo que eu tenho de o deixar sozinho aqui nessa casa irá nos atrapalhar.

― Não se a gente não deixar, e eu prometo a você que nunca me incomodarei com isso, eu juro.

― Sério?

― Sim... ― Sorrio. ― O seu medo é válido. Nesses meses em que trabalhei aqui vi que ele realmente não poderia ficar nas mãos de seus pais, principalmente nas de sua mãe.

― Eu tenho medo de ela fazer com ele o que ela fez comigo. Não quero que a história se repita, seja ela qual for... ― Ele tinha um semblante triste.

― Você estará aqui, então tudo irá ficar bem. ― Sorrio e então lhe dou um beijo.

― Temos que descer né... ― Ele sorri.

― Sim... ― Olho para frente e respiro fundo. ― Pronto?

― Não. ― Ele também sorri, mas desce do carro.

Depois de ficarmos escorados no carro por alguns segundos, tomamos fôlego e entramos na casa, e assim que passamos pela cozinha, notamos a bagunça. Haviam cacos de vidro no chão, terra espalhada devido a quebra de alguns vasos de plantas e milhares de fotos e coisas pessoais espalhadas, e não era apenas na cozinha. A parte de baixo da casa toda estava uma bagunça, como se tivesse passado um furacão aqui dentro.

Assim que vimos Rosário com uma sacola de lixo em mãos, a paramos para saber o que havia acontecido.

― Rosário... ― Asafe fala baixo. ― O que aconteceu?

― Eu não sei... Cheguei há uma hora e encontrei essa zona. Os funcionários e eu estamos limpando tudo o que podemos, mas é muita coisa.

― E o Elias? ― Pergunto.

― No escritório. Bati na porta para o avisar que cheguei e ele só me pediu para cuidar disso... ― Ela olha ao redor.

― E ela? ― Asafe olha para os lados.

― Não está aqui...

Depois de ajudarmos Rosário com a parte de baixo da mansão, catando todo o lixo e colocando os cacos de vidros em caixas de papelão, varremos a terra do piso e jogamos em uma área do jardim que havia sido danificada por seja lá o que aconteceu aqui, e então entramos. A primeira coisa que Asafe fez foi bater na porta do escritório, e não obteve resposta.

― Elias. ― Ele diz. ― Leonardo e eu chegamos.

― Vocês viram... ― Ele parecia nervoso.

― A bagunça? Sim, terminamos de limpar. ― Asafe bate na porta outra vez. Ela estava trancada.

― Eu gostaria de ficar em paz por um instante.

Conflitos InterpessoaisOnde histórias criam vida. Descubra agora