Capítulo 38

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Eu havia saído de casa bem cedo para ser um dos primeiros na fila de atendimento, já que eu ainda precisava chegar ao serviço no horário, então simplesmente aguardei a única pessoa que havia chegado em minha frente ser atendida para que eu pudesse entrar e fazer o exame.

Ao ser chamado, acompanhei a moça de jaleco branco e me sentei numa cadeira confortável que estava ao lado de um balcão mais baixo.

― Estenda o braço. ― Ela pede. ― Agora feche o punho... ― Ela sorri.

― Tudo bem.

Ela começa a dar leves tapas com dois de seus dedos em meu braço para encontrar uma veia, o que não demorou muito. A vi pegar um algodão e o molhar com álcool e passar no local, e em seguida introduziu a agulha acoplada a um recipiente aberto.

― Pode abrir... ― Ela pede.

Ela pega um frasco de vidro e acopla no recipiente verde que tinha a agulha e meu sangue começa a encher o vidro. Ela faz isso mais outras três vezes, e assim que terminamos, ela colocou um pequeno adesivo onde havia perfurado e o contraste ficou gritante.

― Infelizmente ainda não temos em todos os tons de pele...

― Sim... ― Olho para o pequeno curativo. ― Mas ainda iremos conseguir esse feito, assim espero.

― Tomara. ― Ela sorri e me entrega um papel. ― Fica pronto em uma semana.

― Tudo bem. Obrigado.

― De nada meu anjo.

Depois de sair da clínica vou até o ponto para pegar outro ônibus, e nesse meio tempo como um saquinho de pão de queijo que havia comprado na padaria no caminho, já que eu estava de jejum há algumas horas.

Não demorou muito para o ônibus chegar e me deixar na casa, com dez minutos de atraso, mas pelo menos cheguei.

Ao entrar vou direto para o escritório de Elias, que estava de portas abertas, e mesmo assim bati na porta e o vi se virar para mim.

― Bom dia. ― Ele diz.

― Bom dia... ― Estreito os olhos.

― Vamos descer nós quatro hoje. Preciso resolver alguns problemas na igreja e na prefeitura e os meninos têm aula pela manhã.

― Tudo bem.

― Chame Asafe e Gael, por favor.

― Sim.

Estranho o bom comportamento dele e saio pela porta, indo em direção as escadas. Encontro Asafe as descendo com seu irmão, e sem cerimônia nenhuma ele me dá um selinho, o que faz Gael rir, e então descemos juntos.

― Elias está bonzinho de mais hoje. Achei estranho.

― Está é? ― Asafe sorri.

― Me tratou com educação e tudo.

― Eu espero que ele continue assim e que isso não seja uma situação passageira.

― Eu também espero. ― Digo.

― E Leonardo... ― Ele se aproxima do meu ouvido. ― O combinado de ontem ainda está de pé? ― O sinto sorrir.

― Com certeza. ― Sorrio cheio de malicia.

― Ótimo. Vou dar duro no treino hoje...

― Eu amo o cheiro do seu suor.

― É bom saber disso... ― Ele sorri e caminha na frente com o irmão.

Quando Elias se junta a nós, caminhamos até o carro e saímos da garagem. O primeiro que deixamos foi Gael, que se despediu de nós três com um abraço em cada um, e em seguida deixamos Asafe na escola de música, que agora ele parecia gostar sem esforço algum, e antes que ele pudesse descer do carro, me sorriu pelo retrovisor e eu fiz o mesmo, e acho que Elias percebeu, mas não falou nada, apenas olhou para a rua.

Conflitos InterpessoaisOnde histórias criam vida. Descubra agora