As luzes dos postes passam por nós a toda velocidade. Gael estava com a cabeça praticamente para fora, sentindo o vento bater em seu rosto, e Elias estava ao seu lado, tentando o puxar para dentro do carro. Asafe estava ao meu lado, olhando para frente, se sentindo um pouco contrariado por ter aceito o convite de Elias para cantar mais uma vez na igreja, mas não parecia arrependido, ele apenas não estava muito a vontade, mas faria mesmo assim.
― Obrigado por ter aceitado o convite.
― De nada. ― Asafe diz.
Ao chegarmos, descemos do carro praticamente ao mesmo tempo. Ativo então o alarme e me coloco ao lado de Asafe, que sorri para mim e dá uma batida discreta em minha bunda. Logo me dei conta de que havia criado um monstro, e tal pensamento só me fez sorrir.
― Por que você aceitou o convite? ― Pergunto.
― Ele está tentando, então estou dando o braço a torcer...
― Entendi.
― Enquanto ele continuar progredindo, posso me permitir fazer algumas coisas, mas ainda tenho meus limites.
― Sim. ― Sorrio. ― Estou me lembrando desses últimos dias, de hoje pela manhã quando você me chupou na garagem e teve que trocar de camisa... ― Seguro um riso. ― Não tem medo de queimar não?
― Que? ― Ele começa a rir, fazendo com que Elias olhe para trás. ― Se o Elias e aquela infeliz da Yoora não queimaram, quem sou eu para pegar fogo.
― Faz sentindo. ― Confirmo e continuo a rir.
― Posso não estar casado, mas aos olhos de Deus, isso não é pecado.
― Concordo. ― Sorrio.
Quando entramos, algumas pessoas começaram a cumprimentar Elias e Asafe, já que eles não apareciam aqui há algum tempo. Lembro que eu trouxe Elias e Yoora a igreja há mais de um mês, mas depois disso nunca mais vim aqui.
― Boa noite. ― Elias diz ao cumprimentar um casal a sua frente.
― Boa noite. ― Eles olham para trás e sorriem. ― Seus filhos estão lindos.
― Obrigado. ― Ele sorri.
― Onde está a sua esposa? ― Ela pergunta.
― Ela não irá se juntar a nós. ― Ele responde depois de pensar por alguns segundos.
― Entendo... ― Ela força um sorriso. ― Você irá pregar hoje?
― Não... Só subirei ao púlpito para dizer algumas palavras, mas deixarei o culto a cargo dos outros pastores.
― Sim. ― Ela sorri mais uma vez. ― Bom culto pastor Elias.
― Bom culto senhora Nunes.
Asafe já não estava mais ao meu lado. O vi acompanhar um grupo de jovens até o altar da igreja, onde havia alguns instrumentos, mas mesmo não estando colado em mim, a todo momento ele se virava e me dava um sorriso, e acho que Elias percebia isso, porque me olhava de canto, observando toda a situação, e enquanto isso, Gael estava no meio de nós, com um cubo mágico em suas mãos, tentando acertar os outros quatro lados, já que dois deles já estavam completos com vermelho e branco.
― Você realmente gosta dele... ― Elias fala baixo.
― Você não faz ideia do quanto... ― Olho para seu rosto, que rapidamente me encontra.
― Eu nunca te agradeci...
― Pelo que?
― Pelas coisas que me disse aquele dia no escritório... Eu não gostei quando ouvi, mas eu precisava daquilo...
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Conflitos Interpessoais
Любовные романыLeonardo teve tudo o que queria sendo braço direito de quem comandava a favela, mas a doença de sua mãe o trouxe de volta a realidade, lhe obrigando a iniciar uma nova vida. O racismo se torna constante logo nos primeiros dias, e lidar com essa ques...