Capítulo 13

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Bruxas, princesas, anões com picaretas, era nesse mesmo lugar da mente que Aurora guardava as histórias que ouvia de sua avó Carmela, ou da Bisa.

Ela estava esgotada física, mental e emocionalmente para pensar em tudo que ouvira.

Toda aquela omissão por parte da família era ridícula, egocêntrica e sem dúvida maldosa, não com ela é claro, mas eles podiam ajudar a melhorar o mundo em vez de ganhar dinheiro pra si mesmos.

A Time Home era uma grande farsa.

Sem aquela ridícula "ajuda" que tinham não estariam comandando os projetos do país e dificilmente teriam construções e hotéis no exterior. Eles levavam semanas para fazer coisas que os outros fariam em meses, obviamente todos optavam por contratá-los.

"Se o tempo usado para as construções fossem usados em hospitais, os médicos poderiam salvar inúmeras pessoas." Ela não podia acreditar que fazia parte daquilo.

E no meio de toda essa patifaria ainda tinha Dylan. "AAHHH," Ela bufou cansada, irritada, frustrada, ela nem sabia como se sentir. Provavelmente sentia tudo isso junto.

Ter que se rebaixar a fazer papel da esposa e mãe feliz não era indesejado, ela aceitaria numa boa se o par em questão não fosse a razão da sua vida ser insuportável. Ela pensou rapidamente na paz da morte, mas devido ao seu histórico jogou as palavras para fora da mente antes de se tornarem pensamentos.

— Doidura tudo isso, não é? — Ele falou assim que chegaram a porta do quarto.

— Achei normal. — Com o rosto sério e sem a mínima paciência, ela continuou o encarando enquanto procurava o cartão magnético do quarto em sua bolsa.

— Credo, é impossível ter uma conversa com você. Quer saber? — Não, ela não queria, mas ele continuou mesmo assim. — Me deu uma ideia ótima, na verdade, vamos interpretar um casal que logo vai se divorciar e então poderemos continuar nos odiando como a boa e velha normalidade.

— Me diz imbecil, quem no mundo que está se divorciando e fica gravida? Pois não sei se notou, mas temos um bebê. — Até a sombra que o moreno fazia sobre ela a irritava.

— Eu conheço alguns casos em que isso aconteceu, te juro. De qualquer forma, podemos dizer que estávamos bêbados no dia da concepção. — Aurora enfiaria o cartão na goela dele e ficaria de bom grado a noite inteira para o lado de fora se Dylan se sufocasse e calasse a boca.

— Eu nem bebo... e acho melhor você fechar a matraca porque se acordar alguma das crianças vai ficar sozinho pajeando elas porque eu vou dormir. — Aurora abriu a porta e entrou no quarto com Dylan a seguindo.

— Vai dormir aonde se só tem uma cama e seus pequenos clones do mal estão esparramados ali? — Ele cochichou.

— Vou deitar ali também. Você se quiser deite no tapete. — A cama gigante de casal cabia umas 10 pessoas e a essa altura ela dormiria até em pé.

— Tapete é meu rabo, vou dormir na cama e se te incomoda abra a janela e pule. — Disse já deitando do lado do pequeno Max.

Aurora pensou em responder, mas ao se jogar na outra beirada do móvel fofinho e confortável, ela só se lembrou de fechar os olhos.

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O canto dos pássaros era algo que Aurora realmente amava, desde que se mudou do River para seu próprio apartamento, ela sentiu falta disso mais que todo o resto, acordar com esse som era mágico. Sem despertador e sem se preocupar com mais nada além de se espreguiçar e virar para o aconchego do outro lado do colchão.

O ódio tem seu tempoOnde histórias criam vida. Descubra agora