Capítulo 16

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Morto, Dylan estaria morto no auge da vida. Ele deixaria os filhos traumatizados e sozinhos, isso se as crianças não fossem mortas também.

O homem passou a noite inteira deitado com os olhos fechados refletindo sobre sua situação, mais cedo ele havia prometido que consertaria isso e ele precisava tentar.

Porém, antes ele precisava entender o que ia acontecer.

Ele e Aurora seriam assassinados em casa, "latrocínio?", não parecia ser, o moreno nunca reagiria a um assalto e como foi o primeiro a ser morto isso não encaixaria.

"Dinheiro?" Pensar que alguém queria sequestrar a família para exigir dinheiro e tudo deu errado era uma boa hipótese, porém daqui a 12 anos os pais já teriam se aposentado e eles seriam os donos oficiais.

"Não faz sentido." Como Mad descreveu, as pessoas que os mataram não pegaram nada, apenas chegaram atirando. Não poderia ser relacionado a dinheiro.

"O objetivo era a morte." Vingança, aquilo parecia uma prestação de julgamento, mas ele nunca tinha feito inimizades com ninguém, Aurora podia ser irritante, porém não tinha ninguém além dele que a odiava.

O que mais apavorava Dylan era o que essas pessoas fizeram com as crianças, por que matariam os pais na frente dos filhos? Se fosse para causar dor nele ou em Aurora, conseguiram fazer bem mais com eles enquanto imaginavam a cena.

"Ou talvez esse foi exatamente o plano." Depois de ontem ele podia entender um pouco como era para um pai ver os filhos sofrerem, talvez por isso morreram para que seus pais sofressem.

Eles não tinham inimigos, mas Dylan percebeu que não conhecia os pais o suficiente para dizer o mesmo deles.

Se pudesse descobrir no que eles estavam metidos, talvez descobriria como resolver os futuros problemas.

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Depois de tomar café da manhã e sair com o pequeno Max no encalço, Dylan foi para o escritório passar o dia fingindo estar trabalhando.

Com tanta coisa em sua mente o homem não poderia fazer um cálculo exato e ainda tinha o menino que exigia muita atenção, a cada cinco minutos ele chamava Dylan para lhe mostra algo "importante".

A divisão das crianças foi uma piada, uma vez que Aurora estava na sala da frente, as crianças ficavam indo e vindo correndo pelo corredor, uma hora tinha duas, na outra três na sua sala e por aí ia.

Depois do expediente ele e Aurora foram direto pra casa dela, as crianças desmaiaram cedo para variar e então eles conversaram.

— Então... logo logo vamos morrer. — Ele não sabia como introduzir a conversa e não estava a fim de enfeitar o assunto.

— Credo Dylan! Também não precisa falar assim. — Aurora bateu com o punho três vezes na mesinha de centro, como se a superstição fosse afastar o problema.

— Andei pensando e acho que podemos arrumar isso. — Ele contou o que passou a noite teorizando e pela primeira vez na vida a mulher o ouviu sem interromper.

— Isso faz muito sentido, eu também pensei e... não vou devolver eles para passarem por tudo isso, podemos alterar o futuro simplesmente criando eles aqui.

— Nunca, a Bisa não deixaria e se descobrir que sabemos algo do futuro talvez apague nossas mentes e a das crianças. Não quero arriscar. — Doía admitir, mas a Bisa poderia e faria isso pelo bem maior, Dylan não duvidava.

— Certo, então temos um mês para descobrir quem quer nos matar e reverter a situação? — Ele pensou que ela riria, mas ela o surpreendeu. — E por onde começamos?

O ódio tem seu tempoOnde histórias criam vida. Descubra agora