Capítulo 15

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Aurora tentou, porém, nunca foi muito boa em disfarçar. Quando a mãe se aproximou e perguntou como havia sido, ela a olhou diferente.

A mulher escondia alguma coisa e isso era de preocupação para Bisa, tinha feito a mais velha chorar e se desculpar, "o que você está aprontando mamãe?". Quando a Bisa deu a entender que os pais eram ruins para eles, Aurora não pensou duas vezes antes de defendê-los, óbvio que os pais faziam uma distinção escrachada de quem era sua filha favorita, mas ela havia sido muito amada também.

Os pais de Dylan eram perfeitos, sempre deram de tudo aos filhos e nunca os diferenciou. Ela não sabia o que os mais velhos estavam fazendo, porém, não parecia ser nada grave.

Naquela segunda-feira Aurora estava sem permissão para fazer nada, os pais pensaram que a filha só voltaria na terça, então não havia nada esperando por ela no escritório.

Como estava livre, resolveu descer até o andar do RH e contar a Mi sobre o que aconteceu com o carro e ver se ela poderia ajudar. Como as crianças tinham saído com a mãe para comer algo, ela pode ir sozinha.

— Oi amiga. — Ela abriu a porta entrando na sala desorganizada de Michele.

— Sem tempo, Aure. — Disse sem subir os olhos do notebook.

— Credo!

— Alguém tem que trabalhar né senhorita, "férias do nada". Estou até o rabo de coisas pra revisar.

— Contrata alguém pra fazer a revisão. — Ela se sentou no sofá afastando os casacos da amiga.

— Acha que o financeiro vai aprovar eu contratar um assistente? — O tom de deboche de Mi carregava sua irritação por ser interrompida.

— Você sabe que vão, é só pedir. Eles te tratam como se fosse uma das donas. — Com essa frase ela ganhou a atenção que esperava.

— E eu espero ser! Você vai ver o barraco que eu vou armar se não ganhar uma porcentagem da empresa de herança. E como você está falando, vou contratar uma assistente mesmo, quero o luxo de poder sair a hora que quero e ir para os hotéis da Home quando me der na telha. — Revirando os olhos, Aurora suspirou.

— Acho muito capaz de papai e mamãe te deixar herança e eu não fui passear Michele, fui a negócios.

— Estou precisando desse tipo de negócios na minha vida. Já devolveu os pestinhas?

— Da missa você não sabe um terço... — Então Aurora começou a contar tudo que havia acontecido nos dias que esteve fora.

— Um mês! Boa sorte. — Mi sabia que a amiga não aguentaria mais de duas semanas.

— Vou precisar... Mi realmente preciso da sua ajuda com um assunto urgente, preciso que acesse os arquivos dos funcionários.

Já sabendo da tentativa de homicídio sofrida por Dylan e Aurora, Michele largou o que fazia e se sentou no sofá para verificar quem havia levado o carro ao lava-rápido.

— Estranho, Dylan ofereceu uma folga pelo favor, quem quer que fosse teria mandado um e-mail solicitando o dia, mas ninguém pediu.

— Estranho mesmo, só me faz acreditar que quem quer que seja queria fazer o que fez. — Folga ali era uma moeda de troca que ninguém negava, não solicitar era muito suspeito.

— Tá, mas algo que não me sai da cabeça é que vocês são muito fáceis de enganar, morram aqui dentro praticamente, se alguém quisesse matar qualquer um dos dois seria muito fácil. O meu ponto é, acho que não queriam matar vocês.

— Mas... as crianças? — Fazia sentido para Aurora, porém ela não entendia o porquê.

— Falando neles onde estão?

O ódio tem seu tempoOnde histórias criam vida. Descubra agora