Capítulo 32

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Antes de abrir os olhos, Aurora sorriu, o cheiro do moreno e seu braço sobre ela lhe deram uma sensação de conforto e segurança que a fazia não querer despertar tão cedo.

Porém, ela precisava. Quando ouviu um grito, seguido por um choro, ela se desprendeu do seu conforto e foi até o outro quarto para ouvir as mesmas frases que a perseguiam.

"Eu não fiz nada."

"Ela que começou."

Mary berrando.

Aparente o garotinho já estava bom, pois já estava aprontando. Depois de ordenar que eles se arrumassem para irem até a Time, Aurora resolveu ir ao banheiro e pedir para que Dylan arrumasse a menorzinha.

"Dylan, aí meu Deus!" A vergonha das coisas ditas na noite anterior a deixaram vermelha. "Como vou olhar na cara dele depois daquilo?"

"O que eu faço agora?"

Ela não estava acostumada a amar Dylan; não assumidamente pelo menos.

— Bom dia. — Ela disse ao passar correndo por ele.

— Ei! — Ele a puxou pela cintura e depositou um beijo em sua têmpora. — Não vai me dizer bom dia direito, não?

— Mas eu disse. — Ele serrou os olhos.

— Tem certeza? — Ela saiu de seu aperto.

— Não abuse, Dylan. — Mas ela queria que ele abusasse. — Vai lá ver seus monstrinhos.

"Que ódio!" Aurora era péssima nisso, ela nunca foi uma namorada toda delicada como Agatha, ou teve um bom jeito em se expressar como a mais velha para saber como lidar com os sentimentos que foram postos para fora.

"Se bem que pouco importa como age a Agatha." Dylan gostava dela e se ela fosse como a irmã, certamente deixaria de gostar.

Aurora sorriu e se arrumou correndo para poder contar tudo que havia ocorrido para a amiga.

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Ao abrir a porta da desorganizada sala de Michele, a sua querida amiga já a esperava sentada com as pernas em cima do sofá devorando uma tigela de cereal.

— Então...? — Mi questionou de boca cheia.

— Você não faz ideia! — Aurora se jogou ao lado dela e derramou todas as emoções que ocupavam sua mente e coração.

No fim, Michele já estava chorando.

— Eu sabia! Eu sempre soube que ele te amava... — Ela puxou a barra do vestido de Aurora para secar o canto do olho. — E nós pensando mal dele... Você né? E aí ele te protegendo a vida toda...

— Eu sei... queria ter esclarecido tudo isso antes, aí amiga, eu amo tanto ele. — Michele voltou a chorar.

— Mas me fala, como foi? — A expressão da preta mudou rapidamente para um sorriso expectante. — Depois de tanta declaração...

Aurora fechou a cara.

— Quer dizer, quando se recusou a ir lá pra casa me dar apoio?

— Faz favor Aure, você tem um quarto com uma cama e uma porta que tranca, muitos se contentam com bem menos. — O tom de deboche combinava com a cara dela; Mi continuou encarando a amiga enquanto colocava seus cachos num coque no alto da cabeça. — Não vai me esconder os detalhes! Ele estava sem camisa, prendendo você e...

— E Maxon entrou avisando que havia vomitado. — Michele gargalhou. — Você ri né peste! Custava ir lá em casa?

— Aí esse menino... custava. Entretanto, como sou uma ótima amiga, estou me colocando a disposição para ficar com os três agora pra vocês. — Aurora corou.

O ódio tem seu tempoOnde histórias criam vida. Descubra agora