Aurora não conseguia entender muita coisa recentemente e isso tudo estava fazendo a mulher ficar louca. Enquanto tomava seu copo de café, ela refletia na situação de sua tia Léia.
Ter um caso é ruim e nunca deveria ser normalizado, mas não era nada tão ilegal assim para exigir um nome falso. Mesmo assim ela podia compreender o porquê da identidade, os Blackwood eram uma família de elite como a dela, qualquer escândalo não custava só uma reputação, com isso ia muita grana ralo a baixo.
Porém, a reação de Dylan era um tanto estranha, ele já era adulto, não devia estar tão chateado assim com isso, mesmo assim ele mal falou com ela desde que saíram daquele bar.
Até o amigo dele, Arthur, percebeu ter algo errado quando eles voltaram para o apartamento dela, a casa estava uma zona, as crianças gritando, e o homem nem reparou, ele entrou e foi para o banheiro e ficou um bom tempo por lá.
Então hoje cedo ele inventou uma vistoria e saiu sem dizer muita coisa. Sobrou pra ela arrumar Mad e ficar de babá de Max, como o pequeno está em fase de adaptação ele só vai dia sim dia não para o colégio, e Mary ela havia deixado com a mãe.
Aurora queria saber no que estava pensando para ter três filhos, já que estava claro que não conseguia olhar mais que um por vez nem enquanto eles dormiam.
Uma coisa era certa, ela não podia ficar parecendo uma morta-viva pelos cantos o mês todo, então Aurora se arrumou escovando o cabelo, passou uma leve maquiagem e colocou uma calça de alfaiataria bege, uma blusa social vermelha que realçava o tom avermelhado do seu cabelo e para completar pegou seus saltos dourados que ainda não tinha estreado.
"Quando vamos falar com sua mãe?" Aurora encaminhou a mensagem para o moreno.
Eles tinham que encurralar a mãe dele e tentar tirar alguma informação, mas Dylan parecia tentar fugir desse confronto a todo custo.
"Depois, não enche. Estou trabalhando."
Ele era um saco, mas disso ela já sabia, então resolveu fazer algo de útil enquanto Dylan fugia da responsabilidade.
Demorou menos de duas horas para ela ser interrompida enquanto digitalizava os projeto já finalizados, e não foi o pelo pequeno que brincava no tapete.
Agatha entrou na sala exigindo que a irmã cuidasse de algumas coisas que nem eram responsabilidades dela, para evitar o olhar de repudia da irmã, Aurora aceitou o pedido.
A mais nova não gostou do modo como a mais velha encarou seu garotinho.
Antes de sair, Agatha olhou nos pés da irmã e deu um leve sorriso, e então se admirou no espelho que ficava à esquerda e saiu andando numa postura impecável.
"Não ria de mim, Agatha, não é legal." A voz que falava no pensamento de Aurora era muito jovem, era como um dejá-vu.
Agatha estava vestindo um lindo vestido lilás e os mesmos saltos dourados que a irmã. A mão de Aurora começou a tremer.
Ela pegou outro copo do café preto aguado e tomou, no processo a mulher se viu de frente com o espelho da sala e odiou o que viu, aquele sapato não era pra ela. Ela se sentia uma piada.
Era como se por estar com ele estivesse cometendo um crime, precisava tirar.
Rapidamente Aurora pegou a mão de Max e desceu até o andar de Mi.
— Amiga tem uma rasteirinha para me emprestar? — Aurora odiava usar rasteirinha.
Ela só queria usar os sapatos dourados, os olhos dela lutavam contra as lágrimas.
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O ódio tem seu tempo
RomanceOs Whitehorse e os Blackwood são magnatas no ramo da arquitetura e engenharia, devido a grande amizade entre as famílias ambas se uniram criando a empresa Time Home, que se tornou a maior e melhor do segmento através dos anos. Porém a era da amizade...