Capítulo 31

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Mesmo a situação sendo ruim, Dylan iria aproveitá-la ao máximo e isso significava aproveitar a noite para tentar se redimir com Aurora e fazê-la voltar para quando o odiava um pouco menos do que o odiava naquele instante.

Quando Julia o cumprimentou, ele se lembrou da época em que estudaram juntos, ele e a morena só estudaram em uma turma juntos. "Ah não!" Como um balde de água fria a realidade bateu na cara dele, o reencontro em questão era o do sétimo ano, e o sétimo ano foi o ano em que ele quase perdeu Aurora.

Não era de se admirar que ela estava tão quieta e tão agarrada a ele, a mulher parecia apavorada.

"Temos que sair o mais rápido possível daqui." Contudo, Dylan não queria que Aurora descobrisse que ele sabia o quão ruim aquela turma tinha sido para ela, ele fez o melhor para disfarçar.

Assim que eles se separaram, a mão de Dylan começou a esfriar, a sensação de pavor começou a rondá-lo. Após tomar um dipirona para evitar uma futura dor de cabeça, o moreno seguiu em direção ao bar.

O homem não iria falar com ninguém, ele não precisava; a qualquer minuto que quisesse os caras ali iam fazer o que ele pedisse porque a história que ele tinha contra eles o faziam abaixar a cabeça quando passava.

— Meu amigo, me vê um whisky, por gentileza.

— Só temos caipirinha senhor, vinho e champanhe. — O barman respondeu e o moreno ficou desacreditado com a capacidade de só servirem coisa barata para ex alunos que lhe pagaram um rim durante a vida toda.

Antes de poder tornar seus pensamentos conhecidos, o homem avistou Jaime, que deu um sorrisinho para ele. Jaime estava com uma câmera naquele dia, ele ia filmar o que iam fazer com Aurora.

— Me vê uma dose de cachaça com mel. Não, me vê duas!

Ele estava ali só esperando dar meia hora para pegar Aurora e ambos saírem dali, quando ela apareceu. Ela estava diferente e então pediu para ele a beijar...

Tudo aconteceu tão rápido e quando piscou eles estavam se beijando novamente enquanto dançavam no meio do parquinho, enquanto chuviscava e pela primeira vez depois de muito tempo, ele amou estar na chuva.

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Ele não via a hora de estar com ela a portas fechadas e deu graças que os filhos estavam derrotados. Aurora estava dirigindo tão rápido que ele só pode pensar que ela também tinha a mesma urgência.

Ambos ficaram em silêncio o caminho todo, apenas ouvindo a melodia que os pingos da chuva faziam na lataria do carro.

Assim que entraram em casa, as crianças endiabradas ressurgiram das profundezas dos sonhos e se ligaram no 220, menos sua pequena Mary que como sempre dormia como o anjo que era.

— Papai, olha! — Max lhe mostrou um suco azul que vinha numa embalagem de telefone. — Posso tomar?

— Não! — Aurora respondeu. Quando reparou que o pequeno iria começar a insistir, Dylan a contrariou.

— Isso deve ser veneno. — Mad disse, antes dele, olhando a bebida azul.

— Não é. Max, se você tomar rapidinho e for dormir no próximo instante, você pode tomar. — Aurora riu, enfim entendendo.

O menino concordou e seguiu dando golada atrás de golada no pacotinho de telefone.

— Papai, podemos assistir filme até dormir hoje lá na nossa cama? — Mad pediu.

— Claro! Vamos logo escovar os dentes para assistirem ao filme. — O homem foi os arrastando até o banheiro enquanto Aurora colocava a bebê no berço.

O ódio tem seu tempoOnde histórias criam vida. Descubra agora