Capítulo 39

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As folhas balançavam em um ritmo anormal enquanto Aurora cruzava aquela trilha mal formada que o pequeno Max apontou. A dor era tanta que os seus olhos não conseguiam focar no caminho que faziam.

— Estou apoiando muito em você? — Ela cochichou para o garotinho que parecia tão cansado.

— Eu aguento mamãe, já estamos chegando... — Ele fazia tanta força para mantê-la andando. "Eu sinto muito bebê."

Aurora só precisava chegar até Dylan e atirar no maldito irmão dele. A mulher se deu conta de como o mais velho estava envolvido em todo caos criado. "Assim que eu o matar tudo vai voltar ao normal... eu só preciso aguentar até lá."

Então Dylan os tiraria dali e os Niraka não teriam porque ir atrás deles novamente, não sem as promessas que Daniel devia ter feito a eles.

Max parou.

Aurora sentiu a perna bater contra o ferro, era como se o osso estivesse bambo na carne. Ela se controlou para não gritar, as lagrimas caíram sem permissão.

Espreitando no mato, ela avistou um par de olhos.

Ela apontou a arma.

— Não atire menina. — A voz baixa e antiga, a fez descer o objeto. — Aponte para o traidor, ele veio para levá-la...

O velho estava tão triste, ele deixava as lagrimas escorrer e elas manchavam sua pintura facial.

Foi então que a mulher percebeu que ele disse "ele" e não "eles". "Daniel não está sozinho."

— Eles estão aqui! — Ela disse depressa. — Não estamos sozinhos, ele os trouxe aqui.

Dito isso, o velho ignorou sua própria dor e a olhou realmente, ele se espantou com sua aparência.

— Vamos começar, vamos se preparar... vai ser hoje. — O velho sumiu na vegetação. Os olhos dele carregavam raiva e as palavras eram ditas ao vento.

Max voltou a andar e Aurora se forçou a acompanhar.

Quando saíram da trilha, Max a puxou até as irmãs que estavam perto da entrada da outra trilha. O ferro enferrujado que fazia a sua tala não aguentou a pressão e se partiu causando uma dor dilacerante.

Ela caiu no chão.

Tudo rodava; "você precisa ficar acordada, Aurora, você precisa matar ele..."

A mulher via ao longe o homem preso numa espécie de gancho, parecia que Dylan ia jogá-lo sobre o buraco cheio de metais que o empalariam. "Por que ele não cai?"

Aurora não conseguiria aguentar por muito mais tempo. A dor estava tirando o melhor dela.

— Seu celular, seu celular mamãe... — Ela ouvia Mad no fundo da sua mente nublada, ela nem lembra se disse estar na bolsa.

A única coisa que Aurora se lembrou foi de ver a pintura amarela. Mesmo tão longe, a cor a causou calafrios, ela sentia a morte próxima. "Tem muitos deles!"

Então ela ouviu o som de abelhas.

Ela viu as zarabatanas surgirem dentre o mato.

Aquele era o seu time, o velho tinha ido se preparar, era isso que significava.

Os espinhos envenenados choveram e então o velho estava ao lado dela.

— Obrigado pelo aviso; sua luta não foi em vão... vamos acertar todas as contas hoje, menina. — O orgulho serpenteava o ódio no olhar dele. — Vou fazê-los pagar... todos.

O ódio tem seu tempoOnde histórias criam vida. Descubra agora