Capítulo 26

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O moreno estava estranho. Aurora não sabia se foram as dúzias de informação que ele descobriu sobre a antiga situação, ou a estranha "reconciliação" que tiveram na noite anterior.

Ela sabia que falar do cachorro poderia abalar Dylan, mas não imaginou que fosse tanto.

O homem fez café da manhã e não a envenenou no processo, ele estava muito cordial, toda essa atenção só fazia o botãozinho vermelho de alerta piscar em sua mente.

"Qual será a vingança dessa vez Dylan?" Não era segredo pra ninguém que quando o abençoado ficava bonzinho com ela, ela se ferrava em um futuro próximo.

— A minha parte eu fiz! — O peso que saiu dela por pedir as desculpas que devia, a aliviou imensamente e sinceramente pouco importava para Aurora se Dylan tinha ou não aceitado, agora ela não o devia mais nada. — Não fiz, Mary?

A mulher arrumou o lacinho que voltava a desprender dos poucos cachos da filha.

— Com licença Aurora. — Um funcionário bateu na porta e entrou carregando uma caixa. — Entrega pra você.

A desconfiança foi grande, mas ela deixou que ele entregasse, a curiosidade era maior.

"Mais essa agora." Antes de poder abrir, Michele cruzou a porta e foi abrindo a caixa sem lhe dar um mísero bom dia.

— Isso deve ser pra mim. — A empolgação revelava que o conteúdo só poderia ser comida.

— Não acredito que pediu pro meu pai te comprar bolo em meu nome? — Não seria a primeira vez.

— Eu disse que não ia fazer mais isso, pedi pro Dylan. — Aurora respirou fundo. — Ele te contou a idiotice do lance com a Gabriela e tudo mais?

— Sabia disso!?

— Ele me contou quando foi demitir ela. — Michele serviu um pedaço do bolo de churros para a bebê que teve o doce tomado pela mãe. — Enfim, como foi a conversa?

Aurora contou nos por menores tudo que aconteceu no dia anterior, tirando o fato de Dylan dançando com Madeline no espelho, por incrível que parecesse aquela era a única informação que ela queria guardar só pra si.

— Está me zoando! Agora vocês têm um cachorro. Amiga, quando ele vai te dar uma aliança?

— Não brinca com isso, Michele, você sabe que ele me odeia. — Os olhos da preta se arregalaram e a amiga repassou a frase dita na mente para tentar entender o motivo.

— AAAAAAH!

— O que foi doida?

— Você. Acabou. De dizer. Que ele te odeia. — O ponto de interrogação na cara de Aurora era evidente. — Pela primeira vez Aure, pela primeira vez você disse que o motivo é ele te odiar e não você odiar ele...

A cara de questionamento lentamente se tornou pânico.

— Michele, não diga mais nada...

— Está apaixonada por ele...

— MICHELE! — O coração dela saltou. — Não diz isso, eu não posso, não por ele.

Se fosse uma cobra, Aurora pensou que poderia escorrer veneno com a última frase dita, tamanha a raiva que proferir aquilo lhe dava.

— Por quê?

— Está se fazendo de trouxa ou é mesmo? Porque eu não sou, ele me mata, Mi. Quando estou pensando que ele tem um pingo de consideração por mim, ele pisa e me esmaga. Quanto mais aberta eu estou, mais doí quando acontece. — Enxugar aquela lagrima fujona era o cumulo da humilhação para Aurora.

O ódio tem seu tempoOnde histórias criam vida. Descubra agora