Beijado, Dylan havia beijado Aurora Whitehorse e ele estava nas nuvens. É verdade que ele não estava sentindo dois dos cinco dedos do pé direito, mas ele havia a beijado e o que importava era que ela tinha beijado de volta.
— Você viu, fadinha? Cada vez mais perto da sua futura existência. — Dylan continuou ninando a filha, que terminava o seu leite, sonolenta.
Aurora, por sua vez, tinha dito que ter muito trabalho a fazer e se trancou em sua sala, o deixando com a bebê para o lado de fora.
— Ei amigo! Sonhando acordado! — Ferraz gritou do outro lado do hall da empresa, despertando Mary que acabará de dormir. — Foi mal. — Ele se desculpou assim que a menina berrou com o susto.
— Papai. — Max pulou nas pernas dele e a irmã parou de chorar para observar o pequeno.
— Oi leãozinho, o que andou aprontando em? — Abaixando para dar um beijo nos cachos armados do filho, Dylan lançou um olhar de desgosto para o amigo. — Cadê sua irmã?
— Minha prima leva ela mais tarde, ela não quis voltar comigo, disse que era cedo demais. — Arthur pegou a pequena chateada em seu colo e tentou desmanchar o bico dela fazendo cocegas.
— E você não quis ficar? — O menino balançou a cabeça em negação.
— Toma, pega ela. Ela está chata. — O moreno recuperou a filha.
— Por que será, né? Deve ser por causa de algum imbecil que gritou e fez ela acordar depois de ter dormido só 5 minutos! — A pequenininha suspirou e voltou a grudar no pescoço do pai.
— Eu quis vim ficar com minha mamãe.
— Max, sua mãe está cheia de trabalho e de péssimo humor...
— Mas eu quero, não vou atrapalhar... vou ficar quietinho. — O homem sabia que devia dizer não, que devia ser firme, mas não dava... aquela frase...
Dylan dizia o mesmo sempre e ele sempre era posto para fora da sala da mãe, ficava no corredor, contava as junções dos rejuntes, o número de azulejos, os segundos, os minutos, tudo até ela sair e dizer que precisava ir para outro lugar.
"Depois brinco com você, depois que eu terminar." O pequeno Dylan muito quis saber que unidade de medida era esse "depois", quando ele deixava de vigorar e quando começava de novo, mas com o tempo ele percebeu que não era o depois nunca chegava e sim a mãe que sempre tinha algo mais importante que ele para acrescentar antes do tal depois.
Quando Max quis subir, ele não disse nada, ele apenas seguiu o garoto. Enquanto o pequeno foi em direção a sala da mulher, o moreno deixou a recém adormecida no seu sofá e foi até a porta de Aurora.
"Eu vou estar aqui no corredor quando acontecer Max." Era o que ele podia fazer pelo filho, ele estaria ali quando o menino se sentisse deixado de lado e só, Dylan o abraçaria e diria que eles iriam ficar juntos; Max não ficaria sozinho no corredor.
— Mamãe. — O pequeno parou ao lado da mesa onde Aurora digitava em seu notebook.
— Já voltou, achei que ficaria lá até de noite. — Mesmo sorrindo, a mulher não desviou o olhar para o garotinho.
— Eu vim antes da Mad porque queria ficar com você. — Max fez um bico e olhinhos de cachorrinho para os quais Aurora não estava olhando.
— Amor, estou trabalhando e não posso brincar com você agora... — Dylan sentiu a garganta fechar e o corpo ficar frio, como se estivesse morto, algo estranho. — Porém, se você quiser ficar no meu colinho enquanto eu termino aqui, eu vou amar.
O menino abriu um sorriso e estendeu os braços, ele foi colocado no colo da mulher e abraçou seu pescoço enquanto olhava pra ela. Aurora continuava digitando e só parou por um segundo para fazer um carinho nos cachos dele e dar um beijo em sua testa.
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O ódio tem seu tempo
RomansaOs Whitehorse e os Blackwood são magnatas no ramo da arquitetura e engenharia, devido a grande amizade entre as famílias ambas se uniram criando a empresa Time Home, que se tornou a maior e melhor do segmento através dos anos. Porém a era da amizade...