Capítulo 23

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Dylan estava incrédulo, a tempestade que houve foi insana e ele havia dormido, os sonos que perdeu com águas mais calmas que aquelas eram muitos e ainda assim ele dormiu tranquilamente na cama com Aurora, enquanto os céus desmoronavam do outro lado da janela.

Estava tão bom com ela nos braços, que se recusou a levantar, sabia que estava tarde e sabia que os pestinhas já tinham levantado, mas a proximidade com o calor do corpo dela o fazia sentir vivo e desperto, mesmo indo e voltando do mundo inconsciente dos sonhos.

Falando dos pestinhas, Max o acordou enquanto pulava por cima dele, "amarrou bem firme?", o menino perguntou e a irmã afirmou que sim, "agora eles vão rir juntos e vão ficar mais pertinho." Mad tinha encanto no som da voz e o tom por mais que fofo dava certeza que a pequena estava aprontando, Dylan já a conhecia bem.

Ele sorriu vendo o barbante que atrelava ele e a mulher ao seu lado.

O sorriso só se desfez quando Aurora gritou. O som desesperado fez com que qualquer que fosse a calma que tinha dentro de si, se dissipasse.

O medo que ela tinha era intenso, Dylan se lembrou do próprio medo e soube que ela não iria querer que ninguém a visse, porém, quando fechou a porta e o medo dela se dirigiu a ele...

Isso o partiu.

Embalando a mulher em seu abraço, a promessa que fez e as frases que disse foram mais verdadeiras que afirmar o nascer do sol depois da lua deixar o céu. As memórias, eventos que o faziam odiá-la sumiram, se esconderam em algum lugar na mente dele naquele instante.

"Nunca vou deixar que te machuquem." Ele sabia que não, era uma pessoa decente e pessoas descentes faziam aquilo, mas o que o assustou foi imaginar que aquele medo foi causado por alguém que já havia a machucado.

A dor dela o machucava tanto e isso o apavorava.

Então ela rapidamente se recuperou e saiu como se nada a tivesse atingido. Zonzo ainda, Dylan foi falar com a causadora do problema.

Não pode brigar com ela, afinal o moreno podia ter impedido e nada fez. A culpa era tanto dele quando da garotinha; e ela pensava fazer algo bom.

Aurora, no entanto, mesmo não parecendo mais abalada, o evitou como um ateu foge de um crente.

Dylan não sabia o que iria fazer, o motivo pelo qual não impediu Madeline era tão idiota e perigoso que soube assim que chegou na empresa a necessidade de uma rápida interversão.

Ele estava extasiado com o corpo de Aurora colado ao seu e não queria se separar. A tensão, o fogo e o conforto que explodia dos poros dele, enquanto ela estava o abraçava, o enfeitiçava.

"Ridículo!" Ignorar o ódio que sentia para ceder ao desejo que qualquer uma podia despertar nele, era um ato muito imbecil.

Podia ser estúpido, mas o homem sentia que estava prestes a ceder, se Aurora não o odiasse e apenas o olhasse com um olhar desejoso, ele a tomaria; onde quer que estivessem o corpo dela seria dele se ela apenas quisesse.

"Mais que cacete!" Quando percebeu que o jeans estava mais apertado devido à reação do corpo dele aos pensamentos, Dylan se irritou.

Ultimamente não podia nem pensar nela sem que o corpo se manifestasse. Quando as mãos dela colocavam as mechas atrás das orelhas, quando ela tocava o pescoço, quando olhava para ele e revirava os olhos, quando ria, quando se irritava.

"EU ODEIO ELA!" A atração não parecia respeitar isso.

A última gota foi horas atrás, quando sentiu um perfume diferente ele imaginou ser Aurora, o aroma doce e característico da fruta o fez salivar e ele nem gostava de maçã. Na verdade, ele até gostava muito, mas passou a detestar mais que tudo nas últimas semanas.

O ódio tem seu tempoOnde histórias criam vida. Descubra agora