Capítulo 30

76 5 0
                                    

Com muita raiva, era como Aurora se senti depois de falar com Michele pelo telefone. A mulher não podia crer que a amiga e o namorado estavam defendendo Dylan. Não, ele não era burro, ele queria levá-la para cama e só.

E sinceramente, o grande elefante na sala era que Aurora queria que ele a levasse pra cama, porém, ela queria que isso significasse tanto pra ele como significaria pra ela.

A conclusão? A burra era ela.

"Só mais uma semana, Aurora..." Essa frase se tornou uma incógnita na mente dela, a mulher não sabia se queria que os sete dias passassem voando ou se queria que eles nunca tivessem fim.

Com tanta coisa martelando em seus pensamentos, ela dormiu.

O dia que se seguiu não parecia ser dos mais animados. Para variar, Aurora estava atrasada, e depois de se arrumar correndo, carregando junto seu humor de cão, a mulher foi até a mesa do café para encontrar uma cena bizarra.

Dylan estava parecendo o Piu-piu emergido das profundezas de um poço de Chernobyl. Ele estava tão feio que ela ficou paralisada.

O melhor é que Dylan tinha consciência de que estava ridículo. Enquanto Mad o humilhava, ela podia ver a autodepreciação invadindo o olhar dele.

— Mad, meu bem, me fez rir muito hoje. Obrigada filha. — Aurora estava precisando daquilo, a mulher retirou uma nota de cinquenta da carteira e resolveu fazer um agrado a pequena. — Pegue, compre algo na cantina pra você, ok?

A garotinha sorriu surpresa.

— Olha que cheguei a duvidar... — A menor sussurrou.

— Disse alguma coisa? — Aurora perguntou, mas a filha negou, lhe deu um beijo e saiu saltitante.

Aquele foi o único evento que fez com que o dia da mulher não fosse insuportável. A cara dos funcionários quando viram o moreno... só de lembrar, Aurora gargalhava.

— Nem vem! — O sorriso dela morreu assim que a amiga entrou na sala. — Não enche Michele.

— Credo, nem foi você que vim ver. Oi Mary, meu anjinho. — A filha, que era uma traidora em miniatura, estendeu os braços para a tia. — Coisa fofa... você ficou sabendo da palhaçada que seus pais aprontaram? Não! Não seja por isso, eu te conto. Sua mamãe quase deu pro seu pai...

— MICHELE!

— Ela não entende, para de drama. Está falando comigo agora? — Aurora deu de ombros. — Você tem duas soluções; ou arrisca sofrer com o Dylan, ou sofre sem tentar porque queria estar tentando. E aí qual vai ser?

A de cabelo liso se debruçou sobre a mesa fazendo um som de agonia.

— Eu vou me machucar, ele vai me machucar... ele me machucou muito ontem Mi. — Aurora não conseguiu dizer mais que duas palavras ao homem, não conseguiu o olhar nos olhos se quer, porque a única coisa que lembrava é de dizer como amava os olhos dele e ele usar o mesmo com ela.

No entanto, a parte dela era real, para ela pouco importava aonde a noite terminaria, Aurora queria olhar para os olhos dele e não usou isso para poder acabar nua sozinha na cama na manhã seguinte.

— Aure, eu te disse que o Dylan é tapado e não sabia o que dizer, foi o que ele disse ao Arthur e sinceramente, ele é tão tapado que nem sabia o que tinha dito de errado. Agora você vai ficar chorando pelos cantos atoa enquanto podia estar se empenhando em trazer seus filhos a vida. — Aurora revirou os olhos.

— Você não entende Mi, ele não achou que fez algo errado, porque ele não fez. Ele deixou claro o que queria e o problema é que eu quis algo diferente. O problema sou eu.

O ódio tem seu tempoOnde histórias criam vida. Descubra agora