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Domingo, 16:50...

Coringa!

Ana Julia: Papai, a moça quer falar com o senhor- me devolveu o celular.

Tirei do viva voz, aproximando o telefone da orelha.

Coringa: Fala, minha vida- sorri.

Ana Julia: Então você tem uma filha?- assenti pra Ju, que me pediu pra brincar na piscina.

Me afastei da mesa dos mano, indo pra dentro da casa onde ninguém me ouviria.

Coringa: Tenho, pô! E tu achando que era puta, tiração em- ri.

Larissa: Eu não achei nada- mentiu.

Coringa: Vem cás verdade, né! Minha mãe me passou já, que tu ficou cheia de ódio. Mas, tu é foda, né, mina? Não me dá uma moral e ainda fica arrumando perreco! Me assume e para de show, caralho- mandei o papo reto.

Larissa: Para de graça, Coringa- já imaginei logo ela revirando os zói.

Chatão quando ela faz isso, da vontade de arrancar os dois e deixar só os buraco.

Coringa: Tô falando namoral contigo, fia! Se liga, tem um mano aqui já saindo pra buscar vocês...

Larissa: A gente vai voltar pra favela?- me cortou.

Coringa: Sim! Tu vai subir direto lá pra casa, suave? Assim que tu chegar aqui! Quero que tu conheça a minha pirralha.

Larissa: Tá bom, gato.

Coringa: O gatinho aqui perdeu quatro vidas já, agora só tá com três. Tu, minha mãe e minha filha- ela gargalhou.

Larissa: Me engana que eu gosto, Coringa!

Coringa: Tô no papo reto contigo, maior sinceridade!

Larissa: Tá achando que eu sou uma dessas suas putas, é? Que sobe na sua garupa em troca de dinheiro e pica? Comigo o buraco é bem mais embaixo, não sou fácil igual essas meninas que você tá acostumado!

Coringa: Que delícia, adoro um desafio- brinquei- não tô achando que tu é piranha, não, pô! Sei que tu é fiel de fechar, mina tranquilona de família, mó firmeza. Por isso tô aqui na caruda falando pra tu, que se tu quiser, nós fecha! No 10/10, só eu e tu, sem perreco, sem caô, sem puta, nada disso!
...

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