Suspirei, puxando (com muita dificuldade) minhas malas na direção da muralha de homens fortemente armados.
Eles estavam um ao lado do outro, formando uma barreira no meio da rua, de forma que nenhum carro conseguiria passar pra subir o morro.
Michel: Ae, abre espaço aqui pra nós passar- murmurou, falando com um dos homens.
Abri mó olhão quando todos os fuzis foram apontados na direção do Michel, que estava com o Jhonatan no colo.
- Cadê a educação, filho da puta?- um dos homens esbravejou.
Larissa: Com licença, será que vocês poderiam nos ajudar a chegar no Coringa?- puxei o Michel pra trás, entrando na frente dele.
- Ae chefe, tem uma novinha aqui no pé pedindo pra trombar tu- o de boné falou, aproximando o radinho da boca.
- Quem falou o nome do patrão pra tu?- o moço da ponta arqueou a sobrancelha.
Larissa: Meu vô- olhei pra cara dele, cruzando os braços.
- E quem é o bosta do teu vô?- perguntou, sendo completamente ignorado.
Olhei sob os ombros daqueles homens, ao ouvir um alto barulho de moto.
Um moreno sem camisa pulou da moto, se aproximando de nós.
O que pilotava a moto, voltou a subir o morro.
- Afasta, porra!- bateu no meu braço com o fuzil.
Coringa: Respeita a mina, colfoi? Conhece ela pra tá nessa ignorância toda? Mete o pé daqui, filho da puta- deu um empurrão brusco no menino, que rapidamente abaixou a cabeça e saiu praticamente correndo.
Michel: Quem é tu?- Michel perguntou, me puxando pra trás junto a ele.
Coringa: Eu que te pergunto! Tá fazendo oq no pé da minha quebrada?- cruzou os braços, ajeitando o fuzil nas costas.
Larissa: A gente veio dar o cu, caralho! Que chatice, cadê o tal do Coringa? Fala logo- reclamei.
Coringa: Eu sou o Coringa, novinha- me olhou, dando um risinho.
Senti meu rosto ficar pálido, abrindo mó olhão.
Michel: O DG mandou nós pra cá, falou que tu ia dar toda assistência- falou.
Coringa: Ah!- estalou a língua- são os netos dele, né? Pode pá! Tava sabendo que vocês vinham já- olhou pras nossas malas, que estavam paradas perto de nós- ae, sobe essas mala lá pra casa principal!- ordenou, olhando pros caras que formavam a barreira.
Larissa: São as nossas coisas!- juntei as sobrancelhas.
Ele trouxe seu olhar novamente até mim.
Coringa: Tu jura?- foi irônico.
Larissa: Juro!- cruzei os braços.
Coringa: Fica quietinha e vai subindo a favela, fia!- me deu um empurrão de leve.
Michel: Ou, não encosta nela!- deu um murro no braço do tal Coringa.
Coringa: Da outro desse e eu pipoco tua cara todinha- cerrou os olhos pro Michel.
Suspirei, seguindo o Coringa morro a cima. ...
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