Capítulo 8 - Harry

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Casa, 07h10...

Obriguei-me a levantar da cama e fui tomar banho, estava cheio de sono... Depois de me vestir desci para ir tomar o pequeno almoço, precisava de energia para abrir bem os olhos.

– Querido, leva isto para a Anna. – A minha mãe deu-me uma caixa plástica. Ela só podia estar a gozar comigo...

– O que é isto? – Perguntei, já num tom de voz cansado.

– Uma marmita. – A minha mãe sorriu-me e suspirei.

– Esquece. Eu não lhe vou dar isto. – Informei-a e o meu pai escondeu a cara com o jornal, provavelmente estava a rir-se mas não queria dar muito nas vistas.

Acho que ele era o único nesta família que me compreendia verdadeiramente...

– Mamã, também quero uma marmita! – A Kate puxou a camisola da minha mãe e fez beicinho.

– Podes ficar com esta... – Ela suspirou antes de falar.

– Bom, até logo. – Levantei-me da mesa da cozinha e saí de casa.

Quando estava a tentar tirar o telemóvel do bolso das minhas calças para ver as mensagens da Maya, levei (mais uma vez) com cabelos castanhos na cara, como no meu primeiro dia de aulas. Fiquei irritado porque a Anna não tinha pedido desculpa nem nada, mas aposto que ela devia ter feito de propósito.

Anna On#

Foi engraçado dar mais uma vez com os meus cabelos na cara do Lucas. Ele era um grande idiota...

– Este ano vai ser divertido. – Deixei escapar baixinho.

Fui obrigada a parar porque tive uma grande dor no meu peito e acabei por me ajoelhar no chão.

– Anna! – A Petra saiu do meu corpo, preocupada.

– O que é que tens? – O Lucas aproximou-se de mim, mas ignorei-o.

– Petra... A minha alma... – Pedi à pequena fada com dificuldade.

Provavelmente era o meu lado demoníaco a tentar despertar, uma vez que as minhas emoções estavam alteradas pelo simples facto de achar que este ano escolar seria divertido.

Estava tão cansada de não poder ter emoções...

A Petra voltou a entrar no meu corpo e comecei a sentir-me bastante melhor. Respirei fundo e levantei-me com a ajuda do Lucas. Ele era demasiado preocupado...

– O que foi isto? – Perguntou ele, mas não lhe respondi. As explicações são o forte da Petra...

– As emoções da Anna fazem-lhe mal. Tornam a alma dela mais instável. – Disse a pequena fada.

– Hey, pessoal! – Ouvi a Catherine chamar ao longe. Aproximámo-nos deles e seguimos todos juntos para a escola.

Anna Off#

– Catherine, como é que é isso do lado demoníaco da Anna? – Perguntei baixinho, uma vez que a rapariga em causa estava mais à frente, distante.

– A Anna nunca despertou o seu lado demoníaco, por isso eu não sei muito bem como é que ela fica. Mas, segundo a Petra, ela é capaz de superar o Shadow... – Vi a pele da Catherine arrepiar-se.

– Hmm... Pois... – Foi a única coisa que disse.

– Anda. Diz lá, Noah. Quantos demónios é que mataste esta semana?! – A Catherine puxou o braço do rapaz que caminhava calmamente pela rua.

– Setenta de dois! – Ele entrou no espírito de desafio.

– Matei setenta e três! És um perdedor! – A Catherine festejou. Matar mais de dez demónios para mim já parecia bastante...

Anna [Pausada]Onde histórias criam vida. Descubra agora