Capítulo 26 - Fazer as Pazes

164 25 4
                                    

Casa, 18h40...

Cheguei a casa, entrei no meu quarto e atirei-me para a cama, ficando a olhar para o tecto.

O dia tinha passado a correr e eu e a Anna não tínhamos trocado uma única palavra desde que tínhamos saímos do museu. Acho que ainda estávamos chateados... Pensei em ligar-lhe, mas não o fiz. Não me sentia à vontade para o fazer.

Tirei o uniforme do colégio e vesti outra roupa, um polo branco com umas calças de ganga azuis, e saí de casa. Precisava de arejar a cabeça.

Andei pelas ruas sem saber para onde ia, apenas virava quando era necessário fazê-lo.

– Que vida... – Suspirei enquanto caminhava.

Desviei o olhar e passei por uma mercearia com maçãs bem vermelhas à venda.

Lembrei-me automaticamente da Anna e parei na rua enquanto tentava decidir se comprava algumas maçãs ou não. Acabei por gastar todo o dinheiro que tinha comigo e consegui comprar quatro maçãs.

– Bolas, o que raio estou a fazer?! – Berrei para mim próprio enquanto olhava para as maçãs que tinha comprado.

A senhora da mercearia ficou a olhar para mim de forma confusa e obriguei-me a rir, ainda que o tivesse feito sem vontade.

Acabei por levar as maçãs num saco plástico e continuei a andar à toa. Dei por mim a passar pela nossa escola e lembrei-me de quando eu e a Anna tínhamos ficado na sala de fotografia. Continuei o meu caminho e passei pela praia, o que automaticamente me lembrou de quando a Anna me tinha abraçado.

Parecia maluco. Por onde quer que passasse, tudo me lembrava da Anna. Da Anna, e das fofoquices do Noah e da Catherine sobre nós, que só me faziam pensar ainda mais nela...

Era estranho. Talvez devesse ir até casa dela pedir-lhe desculpas...

A nossa discussão tinha sido um pouco violenta, e pelo que tinha percebido, eu é que tinha que dar sempre parte fraca e fazer com que tudo voltasse ao normal, pedindo desculpas.

Enfim...

Anna On#

Vesti uns calções de ganga ao nível do joelho, uma camisola de alças branca, umas sapatilhas e um casaco ambos brancos, e saí de casa. Normalmente andava sempre de saias e coisas do género, mas hoje não queria perder tempo a escolher uma roupa.

Aliás, a que tinha escolhido nem combinava uma com a outra, mas pronto...

Dirigi-me a casa do Lucas e tentei imaginar uma possível conversa entre nós, mas todas essas mesmas conversas que imaginava só pioravam a situação em que estávamos. Acabei por ir para outro lugar qualquer sem ser a casa do Lucas, devido à falta de coragem que tinha para ir ter com ele.

Passei por uma mercearia e vi lá maçãs bem vermelhas, daquelas que eu gostava mesmo. Pensei em comprar algumas, mas não tinha trazido dinheiro comigo. Só o telemóvel.

– A sério? Também acabei de ter um cliente muito estranho! Veio comprar algumas maçãs e até era girinho, com um cabelo azul fenomenal, mas do nada, deu um berro e começou a falar sozinho. Era muito estranho... – A senhora da mercearia falava com uma cliente.

Corei assim que ouvi a descrição do rapaz. O Lucas também tinha cabelo azul...

E também era "girinho"...

Mas não era ele, como é obvio.

Afinal, ele não era o único rapaz com cabelo azul que existia na cidade.

Anna [Pausada]Onde histórias criam vida. Descubra agora