Capítulo 39 - Hora de Voltar!

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Alguns dias mais tarde...

Sentei-me na minha cama e olhei para o relógio. Eram 17h40.

Tinha-se passado sensivelmente uma semana desde que tinha começado os meus treinos com a Mia. Nessa semana, consegui aprender a lutar devidamente corpo a corpo, e também aprendi a controlar muito melhor a minha magia.

Segundo a Mia, tinha sido muito mais fácil para mim aprender todas estas coisas por causa dos esteróides. Ela diz que estes, esteróides para demónios, contribuem significativamente para a aprendizagem dos seres humanos, quando são injetados nestes.

Vesti uma t-shirt cinzenta e um casaco negro juntamente com umas calças e umas botas também negras. Não precisava de levar mais nada comigo.

Tinha decidido que estava na altura de voltar para a cidade, para junto da Anna e dos outros. Talvez ela ainda esteja com o Harry. Talvez ele agora faça parte do grupo (provavelmente não porque duvido que a Catherine, o Noah e a Petra o deixassem ficar com eles), mas mesmo que ele esteja, vou ser homenzinho e aguentar tudo isso.

Provavelmente a Mia teria muitas mais coisas para me ensinar. Mas já perdi demasiado tempo a aprender, e agora estou num nível minimamente aceitável como feiticeiro, por isso tenho que partir.

Para além disso, a nossa prioridade é sair do Segundo Mundo e voltar para o Primeiro o mais depressa possível.

Olhei para um espelho que havia no quarto onde tinha dormido esta semana. Vi a minha imagem no reflexo e mexi a cabeça de um lado para o outro, observando o meu rosto em vários ângulos.

Lucas, para de ser autista...

Levantei um pouco a manga do meu casaco e observei o meu pulso direito. Aquele que a Mia tinha cortado. Este estava envolvido numa ligadura, pois o seu corte ainda era recente.

– Vamos a isto. – Voltei a olhar para o meu reflexo no espelho uma ultima vez e saí do quarto.

Quando cheguei ao exterior da casa a Mia estava a estender roupa acabadinha de lavar.

– Onde vais? – Ela perguntou-me. Era assim tão obvio que eu me ia embora?

– Preciso de voltar para ajudar a Anna e os outros. Agora que sou capaz de me defender sozinho não posso perder mais tempo. – Informei e ela deixou a roupa que estava a estender.

– Hmm. Entendo. – Ela disse enquanto se aproximava de mim.

– Obrigado por tudo, Mia. – Dei-lhe um pequeno sorriso e ela ficou a olhar para mim durante mais algum tempo, até que tentou dar com o pé na minha cara.

Agarrei-lhe o mesmo e ela acabou por me sorrir, baixando-o.

– Precisava de garantir que estavas mesmo pronto. – Ela deu-me um sorriso gozão e acabei por dar uma pequena gargalhada.

– Eu vou proteger a Anna e os outros. Não te preocupes. – Informei-a e ela assentiu.

A mesma tirou um saco do bolso dos seus calções. Era um saquinho pequenino e bastante requintado.

–Leva isto contigo. Vais precisar de dinheiro. – Ela disse e entregou-me o saquinho.

Espera. Dinheiro?!

– Não posso aceitar! – Disse de imediato, afastando o saquinho de mim.

– Nem tentes começar com essas tretas. Levas e pronto. – Ela reclamou de imediato e acabei por suspirar. Numa situação normal eu iria querer contrariá-la, mas... É a Mia. É melhor não a contrariar...

– Então até breve. – Ela bateu na minha testa e abanei a cabeça. Às vezes ela lembra-me a Catherine.

– Até breve. – Retribui e acenei-lhe, afastando-me daquela zona.

Não ia deixar que nada nem ninguém se metesse no meu caminho. Agora que estava mais forte ia conseguir proteger a Anna. Até iria ser capaz de a ajudar a matar o Shadow. Quem sabe?

Embora eu não queira que ela o faça, porque é perigoso, se ela o fizer, então eu também faço. Quero estar lá para pelo menos a poder ajudar em alguma coisa, por mais pequena que essa coisa seja.

O mesmo se aplica à Catherine, ao Noah, à Petra, ao Sr. Abraham, e também ao próprio Kid. Também os quero ajudar. Não só por eles serem meus amigos e por eu gostar deles, mas também como forma de agradecimento por tudo o que eles já fizeram por mim.

E eles próprios também vão querer estar lá, no momento em que a Anna tiver a luta final com o Shadow. Porque todos a adoramos, por mais fria que ela possa ser, ou pelo menos tente parecer ser.

Acabei por sorrir enquanto caminhava até à cidade. Estava na altura de mostrar a toda a gente que não se brinca com este feiticeiro.

Não se brinca com o fogo. Literalmente.

Anna [Pausada]Onde histórias criam vida. Descubra agora