Capítulo 12 - Problemas

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Museu, 00h40...

– Incrivelmente bem... – A Anna gargalhou e fiquei aterrorizado com o estado dela, parecia maluca.

– Sheltery! – Uma voz rouca surgiu no meio de toda aquela confusão.

– Sr. Abraham? – A Catherine e o Noah exclamaram em coro.

– Meu Deus... – Ele ignorou-nos a todos e deu mais atenção ao estado da Anna.

Agora a Anna tinha um aspecto extremamente perigoso, como se estivesse pronta para matar qualquer um, coisa que eu não tinha visto há segundos atrás...

– Maldição! – A Petra voou até nós (eu continuava a uns centímetros da Anna).

– O que é que se passa? – Perguntei à fada, preocupado.

– Lamento dizer, mas... – Ela desviou o olhar.

– Petra, fala! – Precisava de respostas, como sempre.

– Temos problemas. – Ela murmurou e fiquei confuso.

– Problemas? – Repeti e de seguida a Anna deu mais uma gargalhada, olhando de seguida para mim.

Assustei-me assim que vi os seus olhos completamente brancos. Aquele tom de azeitona igual ao meu tinha desaparecido por completo.

– T-Tens de tentar pará-la. – Dirigi-me à Preta, começava a ficar nervoso. A Anna tinha ficado com os olhos brancos, e isso queria dizer que o seu lado demoníaco (ainda que me custe dizer) tinha despertado...

– Tens razão! – A Petra serrou os punhos e entrou dentro do corpo da Anna.

Ajoelhei-me em frente à mesma e fiz com que ela olhasse para mim.

– Acorda! – Abanei-a para a frente e para trás (ainda que ela estivesse com os olhos bem abertos...).

Ela gargalhou mais uma vez e segundos depois a Petra saiu do seu corpo.

– Não consigo! A alma dela está demasiado instável! – Ela choramingou, devia ser horrível não poder fazer nada numa situação como esta.

– Eu quero lutar... – A Layla choramingou e olhei para ela cheio de ódio, o que a fez corar (ela definitivamente tem problemas).

– Tem de haver... Qualquer coisa que possamos fazer. – Olhei de novo para a Anna, que como não estava consciente da sua situação, continuava a rir-se...

– Não sei o que fazer... – Deixei escapar e dei um murro no chão.

O Noah e a Catherine continuaram com as suas investidas contra os gémeos, por isso não nos podiam ajudar.

– Vou ver se arranjo uma solução no livro que vinham buscar. – O Sr. Abraham informou-me a mim e à Petra e saiu para ir buscar o livro.

– Estou farta disto! – A Layla revoltou-se e fez aparecer uma espada.

Tinha-me esquecido completamente de que ela era uma Mestre de Armas. Era tão forte somente com o sangue do Shadow, que até agora não tinha precisado de invocar nenhuma das suas armas. Mas, apesar de possuir armas, ela continuava a ser uma dos muitos aliados do Shadow.

A mesma correu até nós e abracei a Anna. Se alguém tinha que ser ferido, então esse alguém iria ser eu. Não podia deixar que magoassem a Anna mais do que já tinham magoado.

Abracei-a fortemente e fechei os olhos, pronto para sentir uma grande dor, mas momentos depois ouvi um gritinho, o que me fez abrir os olhos. A Anna tinha atingido a Layla com a sua foice e ambas estavam no ar depois de se terem enfrentado mais uma vez.

– Quando é que ela...? – Olhei para mim próprio. Não tinha dado conta de a Anna ter saído de perto de mim...

A Layla caiu no chão e a Anna ajoelhou-se assim que alcançou o mesmo. Corri até ela e a rapariga olhou para mim. Os seus olhos já tinham alguma cor, mas ainda tremiam.

– Não aguento... – Ela disse com uma voz rouca e os seus braços tremiam, cobertos de sangue seco e também fresco, que continuava a sair das suas feridas.

A rapariga fechou os olhos e desmaiou, caindo para o lado. Apoiei-a nos meus braços e esperei por alguma salvação, caso contrário éramos pessoas mortas.

A Layla aproximou-se de nós com a sua espada, e quando nos ia acertar, parou com a sua espada bem perto da minha cabeça.

– Meninos! – Ela chamou pelos gémeos e os mesmos correram até ela, ignorando completamente o Noah e a Catherine.

– Temos que ir, o Mestre Shadow chama por nós. – Eles deviam ter qualquer espécie de ligação ao Shadow para conseguirem "ouvi-lo" a chamá-los.

O grupo de meios demónios desapareceu e suspirei de alívio. Já não morria hoje.

– Anna, acorda! – Levantei a rapariga nos meus braços, mas a mesma não reagiu.

– Precisamos de tratar destas feridas! – Chamei a Catherine e o Noah.

Anna [Pausada]Onde histórias criam vida. Descubra agora