Capítulo 59 - Sacrificio

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Casa, 00h30...

– Vá. Anda lá, Anna. – Chamei-a enquanto ela olhava para o chão, ainda com as suas bochechas coradas.

– Mas eu não quero sair do quarto! – Ela reclamou e cruzou os braços.

– Anda. Eu vou levar-te a ver o Harry. – Acabei por inventar. Tinha a certeza de que com este argumento ela vinha comigo, ainda que ele não me agradasse.

– Eu não quero ir ver o Harry. – Ela disse com uma cara feia e suspirei.

– Mas é claro que queres... Tu gostas dele... – Disse enquanto rolava os olhos como forma de desprezo.

– Estás com ciúmes, Luquinhas? – Ela gozou e puxei-a pelo braço para fora de casa.

– Não. Por que é que eu haveria de estar com ciúmes? – Disse já meio irritado. É sempre ótimo falar do Harry, o rapaz que eu adoro...

– Estás com ciúmes, Lucas! – Ela gritou de forma divertida no meio da rua (há meia noite) e grunhi.

– Eu não estou com ciúmes! – Acabei por gritar e ela riu-se, o que me deixou ainda mais irritado.

Comecei a acelerar o passo devido à irritação enquanto a Anna cantava a toda a hora "O Lucas está com ciúmes!".

– Não fales mais comigo esta noite. – Ordenei mas ela só me mostrou a língua, por isso ignorei-a definitivamente.

Assim que cheguei a casa do Sr. Abraham vi que as luzes da sala estavam acesas. Provavelmente o Noah já lhe tinha ligado a contar o sucedido.

Toquei à campainha e alguns segundos depois foi o próprio Noah quem me abriu a porta, guiando-me a mim e à Anna até à cozinha.

Assim que entramos na divisão referida, a Catherine estava a comer um gelado enquanto abanava as pernas, sentada no balcão da cozinha. Numa das cadeiras da mesa estava a Layla, a mexer nas suas ligaduras (por causa das feridas com que tinha aparecido), e numa outra cadeira à sua frente estava o Sr. Abraham, que mexia nuns livros quaisquer.

– Olha o Lucas! – A Catherine guinchou. Pelos vistos estavatão maluca quanto a Anna.

Olhei para a Layla e a mesma continuou a mexer nas suas ligaduras. Ela ainda não tinha aberto a boca desde que a acolhemos.

– Catherine. O Lucas tem ciúmes do Harry! – A Anna contou a novidade e suspirei, já irritado outra vez.

– A sério? – A Catherine gritou e sentei-me numa cadeira ao lado do Sr. Abraham.

– Isso já não é novidade para ninguém. –  O Noah gozou mas limitei-me a ignorá-lo.

– Sr. Abraham. O que acha que se passa com elas? – Perguntei ao mesmo enquanto o via ler um livro.

– Já ouvi falar numa bebida que causa estes efeitos em Mestres de Armas, mas preciso de confirmar esta informação. – Ele disse e pensei durante algum tempo.

– Será que foi aquela água roxa? – Perguntei ao Noah e o mesmo olhou para as duas raparigas em causa, que comiam gelado animadamente.

– Talvez... Só elas é que beberam daquilo, e só elas é que ficaram malucas. – O Noah constatou e encostou-se ao balcão, perto da Catherine e da Anna.

– E tem algum antídoto? – Perguntei ao Sr. Abraham, mas o mesmo disse que não com a cabeça enquanto folheava mais livros.

– O que se passa? – A Carol apareceu na cozinha com um ursinho de peluche enquanto esfregava os olhos com uma cara ensonada.

Anna [Pausada]Onde histórias criam vida. Descubra agora