Capítulo 32 - Campo de trigo com o pôr do Sol como fundo

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Segundo Mundo, 19h20...

– Estou cheio de fome... – Gemi enquanto a minha barriga roncava.

Eu e a Anna tínhamos roubado algumas roupas a um vendedor que se tinha cruzado no nosso caminho para a cidade.

A Anna vestia um casaco vermelho cor sangue com uma saia azul escura e curta. Demasiado curta...

Continuando...

Também usava umas meias ao nível do joelho, e o cabelo dela estava apanhado em dois totós, o que a deixava bastante fofa.

Já eu, usava uma camisola simples com um casaco negro e com umas calças bejes (não havia nada melhor para escolher naquele vendedor da treta...).

Estávamos a andar pela cidade e reparei que várias pessoas olhavam para nós de lado.

– Anna... Acho que desconfiam de nós. – Deixei de tentar ver o seu rabo e fui falar com ela.

– Ignora. – Boa, modo sério activo.

– Hey, vamos parar para comer. – Pedi e ela semi-serrou os olhos.

– Por acaso tens dinheiro? –Ela grunhiu-me e arrepiei-me.

– Não, mas tenho fome. – Encolhi os ombros e ela suspirou.

– Hey! Quietos aí! – Uma voz grossa veio de trás e eu e a Anna virámo-nos ao mesmo tempo.

Um homem velho e baixinho vinha com um monte de outros homens armados, e estavam todos a olhar para nós. Na armadura deste homem, podia ver-te gravado o nome "Elza Stuart", por isso achei que esse fosse o nome dele.

– Vocês são os impuros, não é verdade? – O velhote perguntou e não sabia muito bem o que dizer ou fazer.

– E se formos? Algum problema com isso? – Ok, a Anna era definitivamente louca.

– Não vos trouxemos de volta para andarem a passear... Queiram vir connosco pacificamente. Se oferecerem resistência, teremos de recorrer ao uso da força. – Este era o discurso típico dos filmes.

– Não vamos a lado nenhum com vocês. – A Anna retrucou e o velhote anão sorriu.

– Tudo bem. – O mesmo disse e de seguida deu ordem para cinco dos homens do seu exército agarrarem uma mulher e uma menina, que estavam a ver toda aquela cena.

Basicamente tínhamos uma plateia de centenas de pessoas que observavam o festival. Mais vergonhoso que isto não havia...

Dois dos homens pegaram na miúda e os outros três ficaram a segurar na mãe dela, que tentou soltar-se deles.

– Se não vierem connosco vai ser esta pequenina a sofrer... – O velho ameaçou enquanto passava uma das mãos no rosto da menina que chorava e grunhi.

– A minha filha! – A mãe dela gritou e fiquei nervoso. Tinha que acabar com isto.

– Então? Ainda não mudaram de ideias? – Maldito velho...

– Mamã! – Os gritos daquelas duas estavam a dar-me cabo da cabeça.

– Por favor, parem com isso. – A Anna pediu num tom de voz baixo e sério.

– Oh, "por favor"? Estás a implorar? – Aquele velho asqueroso gozou e serrei os punhos.

Os gritos da menina e da sua mãe continuaram e a Anna não se mexeu, até que semi-serrou os olhos, fazendo-me arrepiar.

– Não te devias ter metido com elas. – A Anna disse num tom de voz baixo e sério e fez aparecer duas espadas.

– Invocou duas armas ao mesmo tempo? – O velho engasgou-se. Ao que parecia, invocar duas armas ao mesmo tempo era algo bastante complexo... Pelo menos para as pessoas do Segundo Mundo.

Anna [Pausada]Onde histórias criam vida. Descubra agora