Anna [Pausada]

Capítulo 65 - Reunião

Escola, 17h20...

As aulas tinham acabado por hoje. Finalmente.

Estava cansado de todo o dia em si, provavelmente por ainda estar a recuperar da minha ferida. Os esteróides ajudavam-me na recuperação, sim, mas não faziam milagres.

Falando em esteróides... Tinha combinado com a Catherine e com o Noah encontrar-me com eles e com a Anna e a Petra em casa do Sr. Abraham, precisamente para lhes explicar tudo acerca dos esteróides.

Afinal, com toda a confusão que houve desde que voltamos do Segundo Mundo não tinha tido tempo para o fazer.

– Lucas! – Ouvi a Petra chamar-me enquanto me dirigia até casa do Sr. Abraham.

– Oh, olá. – Sorri à mesma, que pousou no meu ombro.

– Como estás? Mais calmo em relação à Anna e ao Harry? – A mesma perguntou-me com um sorriso travesso.

– Acho que sim... – Rolei os olhos. Metia-me sempre impressão falar daquele idiota...

– Acho que desta vez ela não vai cair nas histórias dele... – A fada disse, acabando por sair do meu ombro para voar à minha frente, de forma a ficar a olhar para mim.

– Espero que tenhas razão... De qualquer forma, também não o iria deixar fazer o que quisesse com a Anna. Podia ser um miúdo fraco antes, mas agora sou capaz de vos defender. – Relembrei a Petra.

– Fraco? Esqueceste-te de que deste uma bela sova ao Harry? Para ti isso é ser fraco? – A fada riu-se.

– O que quero dizer é que antes não sabia como usar magia. Mas agora já sei, e por isso o Harry não vai poder fazer aquilo que quiser. – Esclareci-a.

– Acho muito bem. Apoiado! – A fada sorriu-me e abraçou a minha bochecha.

Continuamos o nosso caminho calmamente e depois de mais um bom tempo a falarmos e a conversar mós, chegamos a casa do Sr. Abraham.

– Alô! – A Catherine chamou-nos ao longe, vinda de trás. Com ela estava o Noah.

– Oi, oi. – Retribui, trocando um aperto de mãos com o Noah.

Tocamos à campainha e o Sr. Abraham abriu pouco tempo depois. Hoje as mãos dele tremiam mais. Na verdade, nunca cheguei a reparar que as mãos dele tremiam. Ele aparentava já ter uma certa idade...

– Tudo bem consigo, Sr. Abraham? – Perguntei ao mesmo. Não queria ser óbvio, como se estivesse mesmo preocupado com ele (porque alguns idosos levam isso a mal, achando que os estamos a chamar de incapacitados), por isso fiz-lhe a pergunta em tom de conversa.

– Não me venhas com tretas, Lucas! Nem penses que lá porque gostas da minha Anna que me vais enfiar num lar! – O mesmo berrou-me e abri a boca.

Não sei se devia ficar chocado com a parte do "gostar da minha Anna" ou com o "meter num lar".

A Catherine, o Noah e a Petra desmancharam-se a rir, e eu fiquei um pouco à toa. Não sabia muito bem como reagir.

– Eu nunca o iria enfiar num lar... – Acabei por dizer.

– Dizem todos o mesmo... Vá, entrem lá. – O mesmo disse, abrindo-nos mais a porta de casa para todos entrarmos.

Sinceramente pensei que ele tivesse mais consideração por mim...

– Ainda temos que esperar pela Anna. – A Petra comentou enquanto nos dirigíamos à cozinha. Por alguma razão, todas as reuniões eram feitas lá.

Estava lá a Layla, na mesa grande e moderna de vidro da cozinha, a escrever qualquer coisa num papel.

O Sr. Abraham tinha ar de ser um velho rico. Toda a sua casa era moderna, assim como as roupas que usava. Estas eram requintadas e extremamente arranjadas.