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*Kiyomi On*

Sorri fraco assim que terminei de escrever a carta e a dobrei com cuidado, peguei o envelope azul, guardei a carta dentro dele e pinguei a cera azul cintilante para selar o envelope.

O nome de Sasuke como remetente, ele completaria 10 anos daqui a duas semanas e o único presente que eu poderia o dar seria mais uma carta, eu me perguntava como ele estava agora...também pensava muito em Itachi, ele já era quase um homem agora...e Shisui também, pensar nele fazia meu estômago borbulhar e eu ficava nervosa só de pensar em nosso reencontro.

Espero que isso aconteça em breve.

Sorri girando o anel dourado em meu dedo e me levantei, saindo apressadamente do meu quarto, com envelope em mãos, assim que cheguei na porta da sala dos concelheiros ergui o punho para bater na madeira, mas parei com a mão no ar ao ouvir meu nome ser mencionado lá dentro.

— Se ela descobrir....você está fazendo isso por tempo demais, já fazem três anos!

— Não podemos a deixar sair daqui, ela tem um amanojaku* dentro dela, nós sabemos como o controlar aqui, mas lá-

— É exatamente por isso! Mesmo com algo tão perigoso assim você continua mentindo para ela, o que pode acontecer se ela descobrir? Sabemos bem o que acontece quando ela fica...emotiva.

Mentindo?

Abri a porta com força, olhares assustados foram dirigidos a mim e os conselheiros se levantaram, o velhote foi o único que não se moveu.

— Do que estão falando?

Olhei cada um deles e apontei para as cadeiras.

— Sentem, e me respondam! Vocês sabem que não vão sair daqui antes de me responder.

Todos ficaram em silêncio e se sentaram, bufei me aproximando da mesa no centro da sala, encarei o velho e mesmo que ele não tivesse olhos parecia que ele sabia exatamente aonde eu estava, ele sempre sabia.

— Sobre o que tem mentido?

— Sua família.

— O que tem eles?

— Não tenho contato com nenhum deles.

Pisquei surpresa e neguei com a cabeça erguendo o envelope azul.

— Mas as cartas..

— Nós que escrevemos, Kiyomi, suas cartas nunca foram entregues e você nunca recebeu nenhuma.

Cerrei as sobrancelhas e neguei novamente com a cabeça, mas antes que eu falasse algo o velho continuou.

— Eles não te abandonaram aqui como deve estar pensando, eles simplesmente...acham que você está morta.

— Morta?!

As pálpebras do homem se moveram, como se ele estivesse movendo os olhos inexistentes por baixo delas, talvez ele soubesse o que estava prestes a acontecer.

— Eu disse a seu pai que você morreu, três anos atrás depois que realizei o ritual de cura em você.

— Por que?

— Por causa do amanojaku que habita seu corpo, não achei que fosse seguro te deixar ir.

— Então fingiu que eu tinha morrido?

— Sim, seu pai insistiu em ver seu corpo e você ficou em coma por três meses então não foi difícil que ele pensasse que tinha realmente morrido, até te enterramos na presença dele... Konoha era longe demais para ele levar seu corpo embora.

A Uchiha PerdidaOnde histórias criam vida. Descubra agora