Deus ou o diabo? Quem teria lançado aquela maldição sobre a humanidade?
O ano é 6519 quando todos nascem com uma praga sobre o corpo. Dois nomes tatuados estão em suas peles. Um é de sua alma gêmea, e o outro da pessoa que está destinada te matar. A...
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⌗ ⛓ ꒦꒷ 𝐕𝐞𝐫𝐝𝐚𝐝𝐞
┊ 𝑷𝒐𝒓𝒒𝒖𝒆 𝒆𝒍𝒂 𝒕𝒆 𝒂𝒇𝒂𝒔𝒕𝒂𝒓𝒂́ 𝒅𝒆 𝒎𝒊𝒎 • ➵
𖤍
Eu morreria em uma primavera.
Quando as flores estivessem desabrochando, e o mundo ganhasse seu próprio tom natural, um frescor de um ponto de luz em meio a escuridão varrida do horizonte, que há muito se apagou.
Morreria em uma primavera porque acreditava que desejos se realizassem.
Mas quando soprei aquela joaninha do meu dedo e desejei que a morte me fizesse uma casta visita ela não voou.
Não voou porque a própria joaninha estava morta.
𖤍
Quando abri meus olhos senti como se o peso do mundo tivesse sido jogado sobre minhas íris.
A claridade excessiva preencheu toda a minha visão, me senti pesada, como se uma tonelada estivesse sobre mim, meus olhos arderam, mas foram se acostumando aos poucos conforme eu piscava.
Levantei um dos braços, pareciam pedaços de ferro quando ergui minhas mãos para tampar a forte luz, notei também um acesso sob minha veia. Ao olhar para o lado reparei na bolsa de soro.
Mas o que?
Usei meu braço livre para me apoiar na estrutura gelada a qual fui deitada, reparei que se tratava de uma maca reta de acrílico, uma daquelas que escaneia todo o seu corpo quando se é deitado, procurando possíveis problemas.
Muito parecido com as impressoras dos séculos passados.
Me sento sobre a superfície gelada, noto que estou com um short curto branco, de cintura alta, de um tecido colado, e uma regata do mesmo tecido, branca também, e que deixa dois dedos de minha barriga a mostra.
Roupa típica usada para analisar pessoas em testes hospitalares.
Encaro o acesso no meu braço, o retiro logo em seguida, puxando com certa violência, o que faz um pouco de sangue escapar.
Ponho meu cabelo para trás, e sinto como se tivessem o lavado, apesar de estar totalmente seco.
Desço com dificuldade da maca alta, minhas pernas tremem ao atingir ao chão, me encosto nos móveis, e de repente me sinto engolida. Tudo branco, tudo muito claro.
Me vejo de frente para o espelho, toco meu pescoço e procuro mais furos de seringa. Felizmente não acho nada.
Mas então meus olhos chegam ao meu joelho, um pequeno corte, um ralado inconveniente.
E como se eu estivesse dentro de um filme, cenas dos acontecimentos passados surgem na minha cabeça.
O carro antigo capotado, o gás oxigênio acabando, me obrigando a tirar o capacete de proteção.
