Uma Noite In Rio

Capítulo 6

||Ayla Almeida Campos ||

Acordei com a puta da Sophia me sacudindo, igual um saco de batatas. Abri os olhos, com tanto ódio por ser acordada, que minha vontade era de encher a Sophia de porrada, não tô brincando!

-QUE FOI PORRA - falei, ou melhor, gritei, estressada - Já tô acordada, nesse caralho. Num pode mais nem dormi em paz

-Que dizer que era pra mim te deixar dormi até a hora de ir embora?- insinuou cruzando os braços, e eu me joguei na cama mais uma vez - LEVANTA AYLA, PORRA! O André ja me mandou mensagem, tá no caminho pra cá, e tu ai deitada ainda

-E eu com isso? - murmurei

-Ta bom, filha da puta, dorme ai. Vai pensando que eu venho te acordar de novo, te deixo apodrecer nessa cama e volto sozinha com o André.

-Nojenta - levantei e ela sorriu satisfeita

-Seu passeio pelas redondezas vai ficar pra próxima - falou sem importância enquanto digitava no celular atenta - o André chega em menos de 40 minutos

-Puta que pariu, quanto tempo eu dormi - passei a mão no rosto estressada

-Tempo suficiente pro sol entra teu no cu, gata! - debochou e eu mostrei a língua - Não enrola, cuida em se arrumar logo, pra gente tomar café aqui. O André saiu de casa voado pra cá, ainda tem que ir pra delegacia, não tem nada feito por lá.

Não falei nada, apenas fui em direção ao banheiro tomar meu banho e fazer minhas higienes matinais. Voltei pro quarto, o mais rápido possível. Pela graça de Deus a Sophia já tinha saído, fui até a minha mochila e procurei por uma roupa confortável, já que eu só iria pra casa, mais mesmo assim, gosto de estar bonita. Passei meu perfil e coloquei meus acessórios de sempre.

Aproveitei pra fazer uma fotinha, preciso da uma atualizada né mores.
Sai do quarto com o celular na mão e a mochila nas costas. Tava sem paciência pra voltar no quarto pra pegar tudo depois, então levei logo de uma vez pra sala.

Desci as escadas e não vi numa alma viva na sala, do nada, meu vô entra com umas flores na mão e um sorriso no rosto.

-Tome minha filha, trouxe pra você! - me entregou um buque pequeno, que ele segurava

-Ô vozinho! -sorri boba e com os olhos marejados, me aproximei abraçando o mesmo em seguida - Te amo tanto!

-Também te amo princesa! - deixou um beijo na minha testa - Amanhã é seu aniversário, e como você é os terroristas dos seus primos vão estar por ai enchendo a cara - riu e eu concordei - queria te lembrar o quanto especial você é! Sei que não é o dia ainda, e sei que uma flor também não é nada de mais... - interrompi ele

-Pra mim, foi o presente mais especial que eu poderia ter ganhado, vô. O que importa é a intenção e o sentimento. Isso pra mim vale mais que todo o ouro do mundo - abracei ele, que agora, tinha os olhos marejados assim como eu

-Meus amores! Lindos, lindos - Sophia falou se aproximando da gente - Vocês são as coisas mais fofas do mundo, juro! Só o senhor, vô. Pra tirar o mal humor dessa rabugenta. - me deu um beijo no rosto - A gente te ama, mesmo você sendo uma corna insuportável, mana

-Para de ser ridícula, garota - sequei minhas lágrimas

-Cheguei, Família Campos!!! - André falou entrando - Vô, outro dia a gente passeia e joga conversa fora. Mais hoje, eu juro pro senhor, que não vai dar - junto as mãos e fez cara de cachorro que caiu da mudança - preciso levar as gatas pro AP e voltar ao trabalho

-Sem problemas, meu filho

-A vovó tá por aí - perguntou enquanto olhava ao redor

- Tá sim, lá na cozinha - a Sophia falou, e o mesmo caminhou até lá

[...]

-Eu amo tanto tá com eles - falei olhando pras flores que o vô tinha me dado.

O André que dirigia atento, tinhamos acabado de sair de Petrópolis, e a sophia tava capotada no banco de trás

-Eu também - respirou fundo - Por mim eu viria aqui mais vezes, sabe? Mais com a correria, não dá pô. A qualquer podem me chamar pra uma operação

-Falou igualzinho a minha mãe - ri fraco

-Já disse pra ela que você não volta mais pra São Paulo? - me olhou rápido

-Ahhh não, André - passei a mão no rosto - Denovo essa ladainha?

-Vai achando que eu vou desistir Ayla, vai achando - riu

-Quero ver tu falar isso pra ela - ri e ele balançou a cabeça negando

-Pô mana, seria tão bom se você ficasse aqui - fez bico

-Para! Você sabe que não dá - empurrei ele de leve, que gargalhou

-Vou convencer a Tia Dandara, ela vai cair na minha lábia do primo responsável. Eu tenho fé - levantou as mãos pro céu e eu gargalhei

-Ridículo tu hein?

Não falei mais nada, me aconcheguei no banco,  fiquei sentindo o vento bater de leve no meu rosto. Aumentei o volume do rádio que tocava Paralamas do sucesso

🎶 Olhos fechados, pra te encontrar, não estou ao seu lado, mas posso sonhar... 🎶

Eu amo essa música!!!

- Aonde quer que eu vá, levo você no olhar... - cantalorei com os olhos fechados

Em poucos minutos, já estavamos no estacionamento do prédio do André.
Acordei a Sophia, que foi uma coisa dificil! Ô garota do sonho pesado, eu hein. Desci do carro, e dei a volta indo pegar minha mochila no porta malas. Já eram 14:00hrs, e a preguiça reinada dentro de mim. A meta era dormi e só acordar amanhã

-Anda pra frente caralho, eu quero dormir - Sophia murmurou

Não dei ouvidos a ela e chamei o elevador, assim que ele chegou, entramos no mesmo, colocando o número do AP do André. O mesmo já tinha ido em direção a delegacia.

Digitei a senha do AP do André, e entramos, joguei minha mochila no sofá da sala, coloquei as flores na água, e fui direto pro meu quarto, apenas com o celular na mão. A Sophia fez o mesmo.

Tomei um banho demorado, pra tirar o cansaço do corpo. Eu tinha ido dormir tarde ontem a noite, não descansei o suficiente. Sai do banheiro, procurei um pijama no closet do meu quarto, vestindo o mesmo em seguida. Liguei o ar, tranquei a porta do quarto, me aconcheguei nas cobertas.

Peguei meu celular, já era por volta de 17:20hrs, caralho eu demorei isso todo pra me organizar pra dormi? Desliguei o celular e deixei o mesmo no silêncio, não quero ninguém importunando meu sono.

Fechei os olhos, que estavam pesados já. Não demorou muito, eu adormeci