Capítulo 113

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||Ayla Almeida Campos||

Uma semana tinha se passado, e graças ao meu bom Deus, hoje era a minha alta!

Não sei se fico feliz por que tô saindo viva desse hospital, ou se fico triste por que posso morrer quando meus pais souberem da gravidez

Pois é, os dias se passaram e eu não contei pra ninguém!

Minhas mãos estavam suando horrores, enquanto eu comia as minhas unhas

Ansiedade que diga, né mores?

-Amiga, acalma esse coraçãozinho ae, tô vendo teu nervosismo de longe. - a Débora falou se levantando do sofá, vindo na minha direção - Já deu tudo certo, né não? Agora chegou a hora de voltar pra casa, mulher.

Respirei fundo e encarei o rosto dela por alguns segundos. Eu conto, ou não conto? Vou contar! Não sou baú, seja oque Deus quiser, fé.

-Não é por isso, Débora... - suspirei e olhei pro chão - Eu tô grávida amiga. - voltei a olhar pra ela, a mesma tinha os olhos arregalados - Pois é, seus palpites estavam certo, vagabunda! Eu fechei o primeiro mês semana passada. Mesmo com toda tortura e porrada que eu sofri, esse nenémzinho permaneceu comigo. Foi um milagre ele ter sobrevivido...

Os olhos dela estavam cheios de água, um sorriso enorme no rosto. Não deu outra, ela me puxou com cuidado pra um abraço apertado

-Nossa Ayla, que felicidade do caralho! Não sei nem oque te dizer, porra, me pegou de supresa. - segurou meu rosto - Que esse bebê venha cheio de saúde, por que a força da mãe, ele já tem!

Preciso nem falar que eu virei uma manteiga derretida na mesma hora, né?

-O teu milagre amiga! Foi um milagre os dois estarem vivos. - colocou a mão sobre a minha barriga - Ai gente, eu vou babar tanto essa criança! - deu risada e eu fiz o mesmo - Viu filho? Já tem um amiguinho pra ti a caminho. - falou alisando a barriga dela

-Deus que nós ajude pra cuidar dessas crianças! - eu disse com medo

-Eu consegui cuidar da minha gravidez, não parei a faculdade e ainda trabalho. Eu não tive assistência de ninguém, como você já sabe. - segurou minha mão - Mas tudo se encaixa com o passar do tempo. Sei que tua maior preocupação era essa, a minha também foi e ainda é. Mais amiga, eu juro, não é fácil, mais você consegue! A gente vai conseguir!

-Eu tenho medo de não ser uma boa mãe, de não saber cuidar do meu neném... - mumurei com a voz falha

-Ayla, olha pra mim. - ela segurou meu queixo - Você vai ser uma mãe do caralho! Teve a melhor mãe como exemplo. Você vai dar o seu melhor sempre, e isso oque importa!

Abracei ela, deixando as lágrimas caírem sobre meu rosto. Eu tinha medo de falhar, tinha medo de não saber ser a mãe que o meu filho precisa e merece!

-Bom dia amores. - minha mãe entrou na sala - Filha, a doutora Clarisse já vai vir te dar a sua alta, finalmente você vai pra casa.

Eu me afastei da Débora e sorri, secando minhas lágrimas

-Por que você tá chorando meu amor? - ela veio até mim - Hoje e motivo de comemoração, não chora.

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