||Pietro Sanches||
Me abaixei na frente da Ayla, que tava sentada no sofá que tinha na minha sala. Minha loira chegou tremendo aqui, nunca tinha visto ela nesse estado. Era visível o medo no olhar dela, assim que me viu, pulou nos meus braços
-Amor, respira. Toma mais um pouco de água e me conta, oque rolou? - falei calmo
Ela fungou e ficou me encarando por alguns segundos, desviando o olhar em seguida, pra um ponto fixo no chão
-Pô meu anjo, olha pra mim...- segurei o queixo dela, trazendo o olhar dela, de volta pra mim - Oque aconteceu contigo, hm? - alisei a bochecha dela com meu polegar - Tu chegou aqui parecendo um gato escaldado, chorando pra porra. Tô ficando preocupado já.
Ela fungou mais uma vez e me puxou pela camisa, me abraçando. Retribui o abraço e afaguei as costas dela, tentando acalmar a mesma
-Eu tô aqui amor, tá tudo bem - falei baixo no ouvido dela - Me fala oque aconteceu que a gente resolve, pô
-Tem uns dias que eu tô sentindo a sensação estranha de ter alguém me observando, sabe? - se afastou e me encarou - E lá na faculdade. No começo, achei que fosse coisa da minha cabeça, sei lá. Mais depois comecei a ter certeza que não era
Travei a mandíbula e me levantei. Peguei a cadeira de rodinhas da minha mesa, e me sentei na frente dela, segurando a mão da mesma
-Apareceu um carro todo preto, passando bem devagar na avenida da faculdade - coçou a cabeça - Deixei passar, mudei a rota, fiz o caralho a quatro pra me livrar... Mais hoje não deu. O carro me seguiu de lá até aqui em Ipanema amor - voltou a chorar - Parou de vir atrás, a duas quadras daqui
Passei a mão no rosto, já nervoso
-Amor, tu conseguiu anotar a placa? - perguntei e ela negou - Porra cara, isso não é normal não. Ninguém vê o mesmo carro, por dias seguidos, nas mesma situações não. Essa parada tem coisa
-Eu não sei, eu não sei oque fazer. Eu quase bati o carro no poste. Quando eu acelerei, o carro fez o mesmo, vindo atrás - enterrou o rosto mas mãos - Amor, eu tô com medo.
Segurei o rosto dela e deixei um selinho demorado nos lábios dela
-Eu vou entrar em contato com o diretor da tua faculdade, vou tentar pegar as imagens da câmera de segurança. - segurei o rosto dela - Eu vou atrás dessa história, tá? Fica tranquila.
Puxei ela pela mão e sentei ela no meu colo. Ela deitou a cabeça no meu peito, deixando as lágrimas caírem sobre a minha camisa. Fiquei fazendo carinho nas costas dela, até a mesma ficar mais tranquila
-Eu vou pra casa - secou as lágrimas e levantou o rosto
-Vai não - neguei com a cabeça - Tu não vai sair daqui sozinha, pra ficar em casa sozinha também. Nem fudendo que cê sai daqui.
-Eu tô cansada amor. Passei mal a manhã inteira, meu mal-estar voltou, e tô com um puta nervoso depois disso tudo... - choraminguou - Eu só quero minha cama, poxa
-Olha aqui - segurei o rosto dela e deixei um selinho nos lábios dela - Tu tem que ver esses teus mal-estar, esse bagulho não tá normal - falei e ela negou - Vai sozinha pra lugar nenhum, para de ser teimosa! Vou te levar lá na Débora, tu não vai ficar em casa sozinha nesse estado, tá doida?
-Amor, não precisa se preocupar, sem contar que meu carro tá ai... - interrompi ela
-Precisa sim, me deixe! - dei um beijo na bochecha dela - Tu é a coisa mais importante da minha vida. Nunca que vou deixar tu tá correndo risco por ai. O carro eu levo depois, relaxa
Ela sorriu toda boba, me beijando
-Vamo, vou te levar lá - bati na coxa dela e ela se levantou
Peguei minha chave e meu celular em cima da mesa e sai da minha sala. Entralacei minha mão na da Ayla, e passamos pelo corredor
-Fale ae meu gado - fiz um toque com o André
-Fala pau mandado - deu risada - Qual foi loirinha, que cara é essa?
-Depois te explico a situação. - falei - Sabe se a Débora tá em casa?
-Tá sim, pelo menos hoje aquietou o rabo em casa, não aguento mais aquela mulher pra cima e pra baixo com meu filho na barriga, é doida cara - falou negando, fazendo a gente rir
-E moleque, agora aguenta - bati no ombro dele - Daqui pra frente vai ser pior. Duas responsabilidades nas tuas costas - falei rindo e ele deu risada - Tô indo deixar a Ayla lá, quando chegar passo na tua sala, fechou?
-Jae mano - fez um toque comigo e foi abraçar a Ayla
Saimos da delegacia e destravei meu carro. Abri a porta do passageiro pra Ayla, e fechei a porta em seguida, dei a volta e entrei no motorista, arrancando em direção ao apartamento do André
Os dois decidiram que no final da gravidez da Débora, era melhor ela ficar na casa do André
O caminho foi até que rápido. Fomos em silêncio, oque me deixava agoniado. A Ayla e forte, mais na mesma intensidade, é sensível e frágil
Esse bagulho abalou pra caralho com a mente dela
-Qualquer coisa, tu me liga - segurei a mão dela e deixei um beijo no local
-Relaxa amor, tá tudo certo - forçou um sorriso
-Eu sei que não tá Ayla, eu te conheço - olhei sério pra ela - Mais não vou querer interferir nisso, tudo no seu tempo. Fica bem, eu te amo muito, minha loira.
-Eu te amo, meu bem - segurou meu rosto e me deu um beijo
A Ayla desceu do carro e eu esperei ela entrar no condomínio. Quando ela sumiu do meu campo de visão, arranquei denovo pra delegacia
Caminhei pelo corredor e entrei na sala do André
-Tua cara tá péssima meu consagrado - fez careta - Oque tá pegando?
-Tão seguindo a Ayla - puxei a cadeira e me sentei
-É oque porra? - ergueu as sobrancelhas - Como assim?
-Exatamente isso oque eu tô te falando. Tão seguindo ela. - passei a mão no rosto - Ela chegou aqui em Ipanema, com um carro atrás dela
-Caralho moleque - supirou e passou a mão no rosto - A gente precisa saber dessa história direito, antes que a parada fuja do nosso controle
-Tenta falar com o diretor da faculdade, preciso do acesso das câmeras - falei me levantando
-Pra onde tu vai? - levantou também
-Vou tentar pegar as imagens das câmeras da rua, quero ver o carro - sai em falar mais nada
Minha mente tava rodando, não sabia por onde começar. Prefiro que aconteça comigo, mais não com a minha menina. Vou até no inferno atrás dessas imagens, mermão
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Uma Noite In Rio
Romansa"Não sei se foi amor à primeira vista, só sei que foi amor! Tenho vontade de viver, sonhar, amar, ser para sempre feliz. Eu e você..." Ayla tinha a intenção de viajar para o Rio de Janeiro só pra passar férias com a família... Oque ela não esperava...