Capítulo 66

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||Sophia Pinheiro Campos ||

Chegou o dia de voltar pra casa...

Dentre esse um mês, que se passou tão rápido, vivi muitos momentos bons por aqui. Fiz amizades, beijei muitas bocas, por que eu sou dessas

Revi minha família, matei a saudades...

Desde criança quando vinha pro rio, não queria ir mais embora. Essa cidade maravilhosa transmite uma paz singela, aconchego de lar

Aqui me sinto bem, viva, feliz!

Porém, bicho solto também tem que pensar. Pensar na vida, nas consequências, no futuro...

Tudo tá em jogo, a todo momento!

Por mim, eu não iria mais embora, nunca quis sair daqui, agora não é diferente. Mais eu preciso pensar...

É Sophia, a vida ta lá fora, as responsabilidades te chamam!

Me levantei e fui até o banheiro. Tomei meu banho, fiz minhas higienes matinais e voltei pro quarto

Fui até o closet, assim que abri o mesmo, me deparo com a última roupa que deixei fora da mala, a roupa que vou usar hoje pra voltar pra casa

Meu coração ficou ainda mais apertado

Vesti minha roupa, calcei meu tênis e fui até minha mala pegar meu perfume. Tomei um banho de perfume e guardei o mesmo de volta na mala, fechando a mesma em seguida

-Vou sentir tua falta, praga - O André falou, escorado na porta

-Cala essa boca, só por hoje. Vem me dar um abraço - falei com a voz embargada, e o mesmo veio até mim me abraçando em seguida

-Sempre que quiser voltar, eu tô aqui. As portas do meu AP sempre estaram abertas pra ti, tu sabe né - falou afagando os meus cabelos

-Sei - sorri fraco e senti uma lágrima cair dos meus olhos

Peguei uma das malas e o André pegou a outra, saindo do quarto e me deixando sozinha

Olhei pra cada canto daquele quarto, guardando a memória da última vez que estive aqui

Nunca pensei que voltar pra casa doeria tanto, puta que pariu

Sai do quarto, indo pra sala, avisto a Ayla de cabeça baixa sentada no sofá

Apressei os passos em direção à ela, puxando-a bruscamente pra um abraço, desabando ali

-Vou sentir tanto a tua falta, Soph - falou chorosa, afagando meus cabelos

-Te amo demais, sua vagabunda - falei com a voz embargada

-Tu sabe que pode voltar a hora que quiser, num sabe - segurou meu rosto com as duas mãos e eu assenti - As portas da minha casa e do meu coração sempre estaram abertas pra ti, sempre!

Abracei ela com ainda mais força

A Ayla foi a irmã que eu nunca tive, e eu fui o mesmo pra ela. Nossa conexão é incrível e ultrapassa qualquer título familiar. São tantos anos caminhando juntas que não consigo enxergar nenhum momento da minha vida sem que ela não esteja presente neles.

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