Capítulo 107

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||Pietro Sanches||

Passei a mão no rosto, pela milésima vez. Já não aguentava mais essa espera interminável, sem notícias.

Se esse bagulho demorar mais, eu juro que vou ter um infarto!

Levei meu café até a boca, tentando aliviar a mente, só que foi totalmente ao contrário, me deixou mais pilhado doque já tava.

A mídia já tava falando sobre o sequestro da Ayla, pelo fato dela ser filha de um dos maiores Juízes de São Paulo.

Rapidinho isso ia bater no ouvido dos pais dela, era só questão de tempo.

-Caralho, já tem cinco dias essas porra e nem sinal de fumaça. - o André entrou puto na minha sala - Tenho quase certeza que não levaram ela pra fora do Rio, e ninguém faz nada nessa porra.

-Me fala então, que porra a gente vai fazer? - falei largando a caneta, olhando puto pra ele - Me diz que porra eu tenho que fazer? Já pegamos as imagens das câmeras de segurança da avenida, da faculdade... Já pegamos depoimento de geral que viu ela lá, faço oque agora, me fala?

-Se tu tá pouco se fudendo pra o sequestro da MINHA prima - bateu no peito, levantando bolado - Eu tô! Se ela não é importante pra você, pra mim ela é. - apontou o dedo pra mim

-Olha a porra que tu tá me falando, tu tá se ouvindo, caralho? - levantei também, peitando ele - Tô igual um filho da puta, dia e noite nessa delegacia. Fazendo o possível e o impossível pra achar a MINHA mulher - bati no peito - E tu vai falar que eu não tô ligando? Vai tomar no meio do seu cu!

-Se tá preocupado não parece! - continuou me encarando

-Foda-se se não parece filhão. - aumentei ainda mais a voz - Tenho que mostrar o que eu tô sentindo pra ninguém não, muito menos pra você. Agora não vem me falar as porras que tu acha que acontece, sem ser!

Ele me peitou ainda mais, vinha pra cima mesmo, e eu permaci lá, na mesma postura, não ia passar mão na cabeça de ninguém não.

Quer vir? Venha. Agora sustenta as coisas que faz e fala!

O Felipe entrou na sala, como um furacão, e afastou o André de perto de mim

-VOCÊS TÃO MALUCO, CARALHO? - gritou encarando nós dois - Você tem oque na mente, merda?!

-O cara chega falando merda aqui, e eu que sou culpado? Ah, vai pra porra! - bufei e me sentei

-E eu com isso? - cruzou os braços - Vocês não estão em casa não caralho, tomem vergonha na cara, os dois! - apontou pra nós - Além de parceiros, vocês tem a Ayla. Esqueceram que ela que tá em perigo?

-Quer ensinar o padre a rezar o terço? - o André murmurou abrindo os braços

-Ou tu baixa tua bola, ou te passo uma suspensão nessa porra! - o Felipe falou bolado

O André olhou feio pra nós dois e se virou pra sair da sala, mais o Felipe segurou o braço dele

-Senta ai caralho - segurou o braço dele - Para de agir como um moleque mimado, sustenta teus b.o!

-Eu sou mimad...- o Felipe interrompeu ele

-SERÁ QUE EU POSSO FALAR A INFORMAÇÃO QUE EU VIM FALAR, OU TÁ DIFÍCIL? - cruzou os braços encarando ele

O André fez o maior bicão, se sentando emburrado no sofá que tinha ali

Me segurei pra não rir, e o Felipe respirou fundo, arrumando a postura

-Bom, já que agora eu tô falando com o Agente Soares. - apontou pro André - E o Agente Sanches - apontou pra mim - Tenho uma informação do lugar pra onde a Ayla foi levada.

Arregalei os olhos e o André fez o mesmo, prestando atenção em qualquer palavra que saísse da boca do Felipe

-Conseguimos assessar a câmera principal do estacionamento, o rosto do cara que levou a Ayla foi revelado. - falou se aproximando do meu computador

Ele colocou o e-mail no computador e acessou os arquivos recentes

O André levantou num pulo do sofá, se aproximando da gente

-Licença, por gentileza? - o Felipe mumurou

Levantei da cadeira, e dei espaço pro mesmo se sentar. Esperamos os arquivos abrirem, o olho nem piscava.

Arregalei os olhos mais uma vez, assim que vi o rosto do filho da puta do Matheus colocando um pano no rosto da Ayla, e logo depois, a mesma desmaiando nos braços dele

-Desgraçado! - bati na mesa

O André tava vermelho, de ódio.

-Ele que levou a Ayla, colocou a mesma em um carro preto que tinha fora do estacionamento. Não tinha movimento nenhum naquele horário - o Felipe falou tirando os olhos do monitor -  Não deu pra pegar o rosto de quem tava no volante, já que os vidros estavam fechados, e eram totalmente escuros.

-Sim, mais aonde ela tá? - o André falou impaciente

-Lembra da localização que ela mandou pro Pietro, antes de ser sequestrada? - falou e nós concordamos - Então, o celular dela ficou até metade do caminho com ela. Só vieram perceber o celular dela, quando estavam chegando no local.

-Seja mais específico, filhão. - falei passando a mão no rosto

-Levaram ela pra um galpão, o mesmo fico num sítio, aqui no rio. São questão de duas horas pra chegar até lá. - coçou a cabeça

-Tá, então agora temos que montar uma operação de resgate. - o André falou

-Sim, amanhã por volta das 4hrs a gente sai daqui. - falou simples

-A cada minuto perdido, pode ser tarde demais. Esse bagulho tem que sair perfeito, temos que sair daqui o mais cedo possível. - falei cruzando os braços

-Tu acha que eu não sei? - o Felipe ironizou - Vamo montar o plano certinho. Quero que vocês descansem, ou pelo menos tentem. - se levantou - Quero vocês aqui, de pé, as 3hrs, pode ser comadres? - ironizou

Ele deu mais algumas informações e saiu da sala, junto com o André, que ainda tava bicudo pro meu lado

Nem dei bola, foquei apenas no que tinha que fazer. Nada poderia dar errado, tinha chegado a hora de trazer minha loira de volta e bem, pra mim.

Fiquei mais um tempo pensando e olhei a hora, já era quase meia noite. Peguei minha coisas e fui direto pra casa, tinha que descansar pelo menos o corpo. Ia chegar aqui as 2hrs, vai vendo...

(Mais um capítulo p vcs, tô muito boazinha, hein🥱
Cês acham que vai dar certo a operação? Fala aqui pra tia Rose👀)

Uma Noite In RioOnde histórias criam vida. Descubra agora