||Ayla Almeida Campos||
Acordei após receber vários chutes nas minhas pernas. Me encolhi e abri os olhos devagar, encarando o Matheus e a Aurora
-Acorda logo caralho! - gritou, ainda me chutando -Chegou a hora de receber teu carinho da manhã.
-Não, não, não... - mumurei baixinho, já chorando
-Qual foi princesa, ainda não se acustumou? - o Matheus falou se agachando na minha frente - A cada dia vai só piorar...
Fechei os olhos com toda força, enquanto chorava. Sem esperar, senti um murro forte, dado no meu rosto, me fazendo cair no chão
Tossi e acabei cuspindo sangue, tinha certeza que tinha cortado a minha boca. Abri os olhos e vi a Aurora se sentando em cima de mim, me dando uma sequência de socos, sem parar
-Isso por ter roubado meu homem de mim. - me deu um soco - Isso é por ser fazer de vítima, boazinha. - me deu mais um soco - E isso, é por ter entrado no meu caminho - mais um soco
Tinha mais nem força pra revidar em forma de palavras, pra mim era bem pior falar alguma coisa, eles fazia dez vezes pior comigo.
Ela sai de cima de mim, me dando um chute forte na barriga. Me contorci de dor, me encolhendo. Senti algo frio, entrando em contato com o meu pescoço, e abri os olhos
O Matheus tava na minha frente, com uma faca no meu pescoço. Tentei controlar a respiração, qualquer movimento irregular que eu fizesse, seria meu fim, de vez.
Arregalei os olhos, assustada, e olhei bem pra ele. O mesmo tinha um sorriso sarcástico nos lábios, de prazer mesmo
Fechei os olhos pedindo a Deus pra que acabasse com tudo isso, eu tava com muito medo. Minhas esperanças nem existiam mais...
Escutei um barulho de diversos carros estacionando, vindo do lado de fora do galpão. O Matheus me jogou no chão e se afastou de mim
-Que caralho tá acontecendo? - falou puto, com a Aurora
-Tu acha que eu sei, por acaso? - gritou de volta - Anda, seu idiota, faz alguma coisa.
Abri os olhos, e olhei ao redor. O dia já havia clareado, não faço ideia de que horas são. Coloquei minhas mãos, bem machucadas, na minha barriga, sentindo uma dor enorme, me fazendo gemer de dor
-São os filhos da puta da polícia! - o Matheus falou andando de um lado pro outro - A gente tá cercado, caralho. Oque a gente faz?
-Não sei, porra, me deixa pensar! - murmurou batendo o cano da arma na cabeça - Dá um jeito nessa desgraçada, mata de uma vez. - apontou pra mim
Dei um grito após a dor da minha barriga aumentar. O Matheus se agachou do meu lado, me levantando bruscamente, segurando meu braço com toda força, me afastando da frente a porta do galpão
Foi questão de segundos, arrombaram a porta. O Matheus paralisou, me segurando ainda com muita firmeza. Senti a arma na minha barriga, e prendi a respiração
O barrulho das armas se destravando ecoavam por toda parte daquele galpão
Vi o Pietro passando pra parte da entrada do galpão, junto com o André e o Felipe. Meu coração acelerou ainda mais.
A Aurora correu pro nosso lado, com duas armas, uma apontada pra minha cabeça, e outra pros policiais
-Solta a garota, Aurora. - ouvi a voz do Felipe - Tu não vai escapar daqui, tá tudo cercado. O melhor pra você, e se entregar.
-Nem morta, entendeu? Nem morta! - gritou com ódio - Posso não sair daqui, mais essa filha da puta também não sai viva, tô avisando.
Comecei a chorar, tanto de medo, tanto pela dor insuportável da minha barriga. O Matheus me segurou com mais força, ainda com a arma apontada nas minha barriga
-Oque tu vai ganhar com isso? Só vai aumentar a quantidade de anos de cadeia que tu vai pegar. - o Felipe falou firme, sem perder o contato visual com ela
Ela gargalhou e apontou as duas armas em direção aos meninos.
-Isso aqui e questão de honra pra mim. Negócio meu! Vocês não tem nada haver. Muito menos perguntei qual o tamanho da minha pena, se é que eu vou pra cadeia, né? - ironizou
-Daqui tu não foge, só pro inferno, desgraçada! - o André falou com ódio
Ela mirou a arma pra cima e puxou o gatilho, atirando pro alto. Olhei pro Pietro, com olhar desesperada. O mesmo tinha a postura séria, porém os olhos dele transmitia o medo que o mesmo tava sentido
Vi o André acenando discretamente, pra me jogar no chão, e assim eu fiz, com medo, mais fiz.
-FILHA DA PUTA! - o Matheus gritou
Escutei o barulho de tiro e fechei os olhos, já sentindo a morte se aproximar.
Depois de alguns segundos, tomei coragem, e olhei pra mim, nada além dos ferimentos que eu já tinha. Olhei pra trás e vi o Matheus caído no chão, sangrando muito.
A Aurora se escondeu atrás de uma mureta que havia ali. A porta de trás do galpão estrondou, após ser arrombada.
-SAI DAÍ AYLA! - o André gritou
Fiz o máximo de força possível, não sei de onde tirei, mais fui na fé. Me escondi atrás da outra mureta que havia ali. Fechei os ouvidos, enquanto a trocação de tiro rolava sem parar
Senti alguém tocando em mim, e abri os olhos assustada, com medo. Vi que era o André, e abrei o mesmo com a força que ainda restava em mim
-Foi horrível, André, tu não tem noção. - falei em meio ao choro
-Eu sei loirinha, mais já passou, vai ficar tudo bem. - falou no meu ouvido, afagando meus cabelos.
Fiquei abraçada com ele, enquanto os tiros cessarão, ouvi o barulho da ambulância.
-Ayla, tu tá sangrando caralho! - o André gritou assustado
Olhei pras minhas pernas e vi uma quantidade de sangue enorme. Olhei assustada pra ele.
-Porra cara, oque tá acontecendo? - falou rápido e preocupado
-Eu não sei, eu...- não consegui terminar de falar, perdi a força total
Senti minha vista ficando turva, o mundo girar, e minha cabeça doer muito. A dor da minha barriga aumento demais, me fazendo gritar com a dor imensa
-Olha pra mim, fica aqui comigo. - falou batendo de leve no meu rosto - Caralho, oque fizeram contigo. - passou a mão no rosto
Não tive sequer força pra responder, minha vista ficou escura e eu apaguei em seguida...
(Querem mais? Comenta
bastante que eu trago mais 🥱)
VOCÊ ESTÁ LENDO
Uma Noite In Rio
Romance"Não sei se foi amor à primeira vista, só sei que foi amor! Tenho vontade de viver, sonhar, amar, ser para sempre feliz. Eu e você..." Ayla tinha a intenção de viajar para o Rio de Janeiro só pra passar férias com a família... Oque ela não esperava...