Capítulo 4

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||Ayla Almeida Campos||

Hoje ainda era quinta, acordei toda dolorida, ainda da viagem de ontem. Acordei mais cedo, hoje iriamos pra casa dos meus avós, só voltavamos amanhã, na verdade, só eu e a Sophia iriamos, já que o bonito do Andrezito, tinha trabalho, e nos garantiu que só dava pra nos levar e voltar correndo pra cá.

-Pegou tudo? - Sophia perguntou pela décima vez hoje

-Sim, caralho! Já falei umas mil vezes, que sim. Tá tudo na bolsa, toma aqui - entreguei pra ela - leva e coloca no carro, fazendo favor.

-Ta muito nervosinha hein, corna - pegou a bolsa da minha mão

-Vai ver se eu tô lá na esquina, vai! - empurrei ela, descendo as escadas - Faz a humildade de apressar o passo, se não o André vai deixar a gente

-Bom dia minhas gatas - o mesmo apareceu da cozinha - Tudo pronto? Já podemos ir?

- Por mim sim - Sophia levantou a mão

-Vamos antes que eu perca a paciência, e mate um as 7:00hr da manhã - bufei

-Vou logo avisando maninha, que sou policial, e infelizmente eu seria obrigado a lhe prender, caso esse delito ocorra - falou rindo

-Vai tomar no cu, André! Palhaçada do caralho - entrei no carro, encostado minha cabeça no vidro, colocando meus fones em seguida

Tenho um humor péssimo pela manhã! E minha pouca tolerância matinal, a Sophia comeu logo cedo, com as perguntas insistentes dela.

Em meados de uma hora, chegamos na chácara em que meus avós moravam. Que saudade que eu tava desse lugar, meu Deus! A paz que essas árvores passam, e simplesmente inexplicável.

-Meus amores, até que enfim vocês chegaram! - meu vô apareceu assim que descemos do carro

-Vozinho!!! - corri pra abraçar ele na mesma hora- Que saudades do senhor. A cada dia que passa , fica mais jovem hein? Ta um gatão. Vovó que lute contigo - ele riu me abraçando de novo

-Ô minha querida, bondade sua! - riu sem jeito, como sempre ele ficava tímida e meio acanhado quando eu elogia ele

Meu vô é o meu ser humano preferido no mundo. Ele é um exemplo pra mim, me inspiro nessa paciência, calma e serenidade que só ele tem! A forma com que ele trata as pessoas, e tenta resolver as coisas da forma mais calma e amorosa possível. Eu sou apaixonada!

-Vovó!!! - me soltei do meu avô, correndo em direção a ela, que sorria pra mim, e eu abracei a mesma -Mulher, que saudade de ti

-Isso é forma de falar com tua vó, garota! - me deu um tapa leve - Você tá tão linda, meu anjo. Como você cresceu. - sorri boba

-Ih Dona Vera, a senhora tem mais uma neta hein? - a Sophia reclamou se aproximando - Tá gostosona em Vovó

-Para garota, isso são modos - gargalhou - Vem, vamos entrar. Cadê o André, não vai ficar com a gente?

-Não vó, ele tem que ir pra delegacia, hoje não é o dia de folga dele. Só veio trazer a gente mesmo - falei entrando em casa

-Fiz o bolo de chocolate que vocês adoram, minhas meninas! Espero que tenham ficado bom - puxou a cadeira e sentou próxima à gente

-Sendo a senhora que tenha feito, impossível não estar bom! - falei enquanto tirava uma fatia do bolo pra mim -Hmmmm... Vó, como eu senti falta disso! Tá divino

-Que bom que gostou, meu anjo - riu fraco - Mas me conte querida, por que a mãe de vocês não vieram? - perguntou atenta - Esqueceram que tem os pais aqui?

-Claro que não vó. A senhora sabe como é a Dona Dandara em questão ao trabalho dela. Só falta morar naquele hospital. E a tia Re, também tem o consultório dela pra cuidar. - falei simples

-Poxa, oque custa uma visitinha de fim de ano? - murmurou

-Ô vozinha, não fica assim - abracei ela de lado - Quem sabe ela não aparece esse ano, hein?

-Não custa ter esperanças, né? - Riu fraco

-Cheguei denovo, meu amores - Sophia se aproximou, e sentou perto de mim

-Tava aonde vaca? - ergui as sobrancelhas

-Guardando as bolsas, né filhona? Por que se dependesse de você, ficaria tudo lá fora levando sol. Acha que as mochilas tão querendo pegar marquinha? - debochou e eu ri

-Vai ver se eu tô lá na esquina, vaca - empurrei ela de leve

[...]

-O André ta com planos pra amanhã - falei entrando no quarto, me jogando na cama da Sophia, que mexia no celular atenta- Só não sei pra onde ele vai nos levar

-Se tiver uma latra batendo, eu tô dentro - deu de ombros

-Lhe digo o mesmo - me ajeitei na cama - Ele te falou que horas vem pegar a gente aqui?

-Acho que de manhã, por volta de umas 10:00hr - falou simples - A gente poderia voltar aqui depois, né?

-Óbvio! Fim de ano a gente vai passar aqui , vamo fazer aquele churras que o Brasil gosta - falei esfregando as mãos uma na outra

-Palhaça - me deu um tapa enquanto ria - a Vovó queria que as nossas mães tivessem vindo

-É, tô sabendo - respirei fundo - Até falei com a minha mãe sobre isso, mais quem disse que ela quer saber de vir? Não quer largar o trabalho por nada. A tia Re é igualzinha, concerteza não viria por agora também

-Não mesmo - murmurou pensativa - Mais caralho, 5 anos sem ver os pais. E muito tempo, Ayla! Dentre esses 5 anos, não surgiu uma folga, um feriado... Sei lá

-Pois é, pô! - bufei - Mais sempre colocam a culpa no trabalho. Quando não tem escapatória, e surge folga, elas botam a culpa no trabalho dos maridos

-Isso me irrita pra um caralho - se levantou irritada - E não poder fazer nada pra mudar, e mais foda ainda.

- Deixa mana. Se elas acham que estão certas fazendo isso, quem somos nós pra falar algo? Só releva. O importante e a gente ta aqui, com nossos velhinhos, matando a saudade - levantei - Vamo dormi vagabunda, já são 23:52hr, daqui a pouco e hora de acorda. Quero dar uma volta aqui por perto amanhã, antes de voltar pro Rio

Ela concordou e eu fui pro meu quarto, tomar um banho rápido, só pra dar uma refrescada mesmo. Escovei meus dentes, e voltei pro quarto pra vestir meu pijama. Me joguei na cama, liguei o ar, e me aconcheguei nas cobertas, prontinha pra dormi meu sono dos justos

Uma Noite In RioOnde histórias criam vida. Descubra agora