Uma Noite In Rio

Capítulo 193

||Pietro Sanches||

-Papai, cadi minha boneca? - Ana Luísa parou na minha frente, cruzando os braços

-Tu que ajudou a tua mãe a arrumar as coisas pra vir pra cá, eu não vi nada não. - falei e ela bufou saindo, pisando fundo no chão

Ri sozinho, negando com a cabeça.

-Boa sorte amigão. - meu sogro bateu no meu ombro - Essa é igualzinha a mãe, estressada do mesmo jeito.

-Pior que é. - cocei a cabeça

-A Ayla nessa idade já me dava um trabalho e tanto. - negou com a cabeça, se sentando na minha frente - Brigava com os primos, só queria ter a razão, sempre. Ninguém podia discordar dela! Ela tava certa, mesmo estando errada.

-Hoje em dia ainda é da mesma forma. - falei e ele riu, concordando - Se uma já me dava trabalho, duas então? Vou enlouquecer. - passei a mão no rosto

-A Ana Luísa não se intimida fácil. - olhou em direção a mesma, que encarava o Apolo, tentando peitar o mesmo - Só tem dois anos, mais não tem medo de quase nada. - me olhou denovo - Essa vai te deixar de cabelos brancos, antes do tempo.

-Senhor, tem piedade de mim. - olhei pro céu e meu sogro deu risada

-Tão falando de que? - André puxou uma cadeira do meu lado

-Do quanto vocês vão sofrer daqui a alguns anos, com essas crianças. - meu sogro falou, vendo o Felipe se sentar também

-Graças a Deus, só tenho homem. - André levantou as mãos pro céus - Vocês que se cuidem, por que porra, minhas cria são outro patamar.

Bati na cabeça dele, vendo o mesmo resmungar.

-Questão não é nem essa, filho homem dá trabalho também. - meu sogro falou - Vai achando que é só mulher que dá dor de cabeça. Hoje em dia, o de menos é os filhos namorarem ou casar. - bebeu um gole do seu whisky antigo - Você luta pra ensinar o caminho certo, mostra pra eles que a vida não é tão fácil quanto parece. As drogas tão ai pra contradizer todo ensinamento dado em casa pelos pais.

-Sábio tio Rodrigo, grande homem. - André falou levantando a cerveja pra cima

-Verdade pô. - Felipe falou, cruzando os braços - O tanto de coisa que a gente vê todo dia, principalmente a gente que tem que lhe dar com todo tipo de gente, deixa até assustado, pensando em como nossas crias vão ser no futuro.

-Penso a mesma coisa. - falei

-Já vi tanto adolescente, jovem, crianças se metendo com coisas erradas, não é de hoje. - meu sogro disse - Na maioria das vezes não é por escolha, e por necessidade. Por isso eu falo pra vocês, principalmente pro pai dos garanhões ai. - apontou pro André - O de menos, é essa coisa de namoro. Vocês sabem que ninguém prende filho de fazer nada, até mesmo de seguir caminho errado. Ensinem o caminho certo sempre, não importa oque eles façam depois. A parte de vocês, foi feita.

-Pra que psicólogo se eu tenho o tio Rodrigo? - André falou - Bate aí, tiozão. - levantou a mão, e meu sogro bateu

-Ensinar, criar e educar, a gente faz. Segue o erro quem quer. - Felipe falou