Doze - Família, entende o que é isso?

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*----------- quadro de avisos -----------*

Olá! Espero que estejam bem.

Vocês já repararam que são 2 capítulos da Camila e 2 da Lauren? Sim, é um padrão. Começa em número par e termina em ímpar, aí troca o narrador.

Pelo visto formaram dois grupos, hein? Os que vão com elas na decisão de não ter ajuda da família e amigos e os que acham que elas deveriam ter contado e recebido ajuda.

Rinha de leitores!

Me pergunto que grupo vai acabar mudando de opinião.

Vamos continuar a história que ainda tem muito chão pela frente.

Boa leitura.

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Lauren

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Estava frio, mas ainda assim foi bom. Sem o barulho de choro, restava em meus ouvidos um zumbido estranho.

Não queria dizer que sentia falta disso, mas sentia falta de meus filhos. Deixar os três foi a coisa mais difícil que tive que fazer, mas eu sabia que se Camila acreditava que precisávamos fazer isso, então ela estava certa. Tinha visto algo que eu não vira.

Era assim que funcionavamos.

Nós apenas caminhamos de mãos dadas ou abraçadas, um tanto sem rumo, talvez. Trocamos piadas e nos criticamos de brincadeira. Era tudo muito leve entre nós. Ali, nos braços dela, eu sabia com perfeição absoluta por que tinha me apaixonado, me casado e tido filhos com Camila Cabello.

Nossa sintonia era tamanha que não precisei pedir para voltarmos para casa, simplesmente caminhamos de volta para lá.

Havia silêncio. Que coisa estranha...

Bom, não era algo absoluto, porque duas mulheres cochichavam no andar superior. Um frio cortou minha espinha ao notar que era minha mãe.

Camila apertou minha mão e subimos.

— ... foi o que elas disseram — Sinuhe dizia.

— Eu não sei o que pensar sobre isso. Francamente... – minha mãe resmungou.

— É por isso que acho tudo isso, entende? Vão perceber.

Acha o que? Perceber o que?

— Sim, acho que tem razão...

Abri a porta. Mamãe estava com um bebê de bruços em seu braço e Sinuhe com outro e um sobre sua perna da mesma maneira. Elas davam batidinhas nas costas deles e Sinuhe balançava de leve a perna com o terceiro.

Todos estavam dormindo.

— Uau! — deixei minha admiração escapar.

— Isso se chama experiência. Vai conseguir com o tempo — Mamãe tinha um tom de desagrado.

Era estranho falar de adquirir experiência quando eu já tinha trinta e cinco anos, algumas ruguinhas e cabelos brancos espalhados em meio aos meus cabelos porque não pude pintar enquanto estava grávida. Mas acho que ela tinha razão.

— Obrigada por isso — agradeci — já estávamos ficando loucas!

— Isso é o que uma família faz — Mamãe foi séria e rígida em sua mágoa — família, entende o que é isso?

Engoli em seco.

— Nós só queríamos... — Camila tentou dizer, mas minha mãe interrompeu.

— Ah, Sinu já disse o que queriam. Mas era de se esperar que dialogassem com a gente. Poderíamos estar ajudando desde o começo!

Um, Dois, Três!Onde histórias criam vida. Descubra agora