Vinte e Oito - Inimiga da alegria

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*------------ quadro de avisos ------------*

Olá! Tem tempo que esqueço de dizer isso, mas vocês viram a Lauren competitiva do uno? Nossa Lauren é real!

Espero que estejam bem. Vamos com nossos crescidinhos.

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Lauren

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Os meninos estavam destruindo tudo, mas não os culpo.

Quero dizer, era difícil ter que se comportar, mas meus pais e os de Camila estavam aqui para o almoço em família (eles cuidaram do almoço, não sei o motivo, mas sempre faziam questão disso). Tínhamos sempre a impressão de que estavam vistoriando se cuidavamos direito dos meninos, como mães responsáveis e cuidadosas.

Mas, ei! Nós éramos mães responsáveis e cuidadosas dentro do possível. Só porque não colocávamos nossos filhos em redomas e altares não significava que éramos más mães. E se eles comiam cola e inseto e sobreviviam, isso era um ponto a nosso favor, não?

Sei que eles ficavam olhando ansiosos e nervosos nossas interações enquanto fazíamos o combinado de todo mundo fingir ser normal por algumas horinhas.

— Então Daniel ainda usa fralda — Mamãe reparou na fralda que escapava pela beira da roupa do meu filho quando ele correu para a sala.

— Mas Oliver e Thomas não usam mais — desviei para o ponto positivo.

— Lauren, ele vai fazer quatro anos tão logo. Precisa desfraldar esse menino — seu tom era de enorme censura.

— Ele ainda não está pronto — Camila se meteu.

Ninguém além de nós sabíamos o pavor que essa criança tinha. Nossos pais achariam ridículo e era melhor preservar nosso bebê.

Daniel era todo confuso. Não gostava de atos de higiente, era tímido em excesso sobre o corpo e por vezes ainda trocava os pronomes, acabando por atrapalhar os irmãos.

Tínhamos algumas desconfianças, mas era muito cedo pra qualquer conclusão. Eles estavam na idade de aprender e imitar.

— Não está pronto? — Sinuhe deu uma risadinha cética e histérica — vocês deixam seus filhos comandarem a casa?

— Sim — generalizei.

Não era da conta dela.

— Depois que eles...

— Nos baterem, nos xingarem, não nos obedecerem, não tiverem educação com ninguém, rasparem os cabelos, queimarem a casa, baterem o carro, libertarem um leão do zoológico, engravidarem um moça, essa moça e os filhos nos baterem e tomarem nosso dinheiro nos colocando em um asilo fulera... — Camila e eu recitamos juntas.

— Não se preocupem — acrescentei ao final.

— Nós lemos e aceitamos os termos de uso — Camila disse com bom humor.

— Vocês ainda agem como se a vida fosse uma brincadeira — meu pai negou com a cabeça.

— Vocês têm mais de trinta anos — Alejandro fez questão de nos lembrar, sendo que eu estava mesmo beirando os quarenta — três filhos. Eles são as crianças, não vocês.

Que indelicadeza falar de idade.

— Mamãe! MAMÃE! Está chovendo! — Daniel gritou, correndo de volta para nós e puxando meus braços para que o pegasse no colo, o que fiz, claro.

— Mamãe! MAMÃE! — veio o segundo garoto, dessa vez Thomas puxando Camila pela mão.

— Mamãe! MAMÃE! — Oliver gritou da sala.

Um, Dois, Três!Onde histórias criam vida. Descubra agora