Quarenta e Três - Sempre foi nossa garotinha

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*----------- quadro de avisos ------------*

Olá! Estamos entrando na fase final.

Ansiosa!

Dessa vez bem acordada. Ia nem voltar hoje para adiar um pouco.

Boa leitura!

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Camila

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Ela estava tão empolgada e isso era ridiculamente visível, de um jeito bom. Dan cantarolava e dançava pela casa enquanto se arrumava. E era um pouco difícil para ela porque mesmo os remédios para conter a ação dos hormônios masculinos enquanto não pudesse fazer o tratamento hormonal de transição de sexo não continham totalmente quem ela era fisicamente.

Mas hoje era o dia dela, sua consulta para determinar se poderia iniciar o tratamento agora que tinha dezesseis anos. Eu sei, foi um grande surto de crescimento, sinto falta deles correndo pela casa.

- Vamos, Dan! Não temos o dia todo! - a chamei e ela veio com um enorme sorriso.

- Onde estão seus irmãos? - perguntou Lauren.

Dan deu de ombros. Só se importava com ela, igualzinha a Lauren quando se descontrolava.

- Oli está com a namoradinha e Thomas com o videogame - ela decidiu contar - Thom está irritado por como ele é meloso.

Dan fez uma careta e a acompanhei. Eu não gostava muito de Olívia, a namoradinha de Oliver há dois anos.

Sim, já era para eu ter me acostumado, mas não me acostumei. Sempre que ela aparecia com aquele sorrisinho eu tinha vontade de chutar ela para bem longe do meu filhinho insuportável.

Sim, aparentemente eu sou a mãe ciumenta.

Mas fala sério, ele poderia pelo menos ter escolhido uma garota que não tivesse o mesmo nome que ele!

Olívia era bonita? Sim, para uma adolescentezinha comum sem minha genética ou a de Lauren ela se saía bem. Tinha uma pele bem escura e reluzente e cabelos cor daquela terra vermelha encantadora, além de olhos marcantes e lábios que muitas famosas pagam para ter. Era educada? Sim. Era inteligente? Bom, também. Era engraçada? Não!

Bom... sim, às vezes.

Eu só não gostava.

- Camila, para com essa cara - Lauren me cutucou - a Olívia é uma garota boa.

- É, eu sei! - resmunguei - vamos logo.

Lauren riu. Ela gostava de Olívia.

- Mamãe! - Thomas chamou, surgindo na garagem - posso ir para a casa do Edward? Não suporto ficar no meio do namoro desses dois!

Ri de seu jeito.

- Pode, mas volta cedo - Lauren autorizou.

Entramos no carro.

Suspirei. Era sempre muito estranho não ter nossos bichinhos nos dando trabalho na saída, mas eu ainda não gostava de pensar que a velhice levara Tempero e Bichana. Eu sentia falta deles.

Engoli em seco e desviei o olhar da entrada de casa, onde ninguém pulada ou tentava chamar de volta. Em vez disso, fixei os olhos na estrada segura e certa.

Chegamos a tempo no médico e não demorou para sermos chamados, o que era bom, porque a adolescente que carregávamos estava aos saltos e por vezes em resmungos ansiosos e nervosos perguntando se tudo daria certo e o que fazer se não desse, porque não suportaria ficar naquele corpo contido por mais tempo ou aturar se transformar fisicamente em um homem.

Um, Dois, Três!Onde histórias criam vida. Descubra agora