*----------- quadro de avisos -----------*
Penúltimo capítulo. Aproveitem bem esse que a família mais doida logo vai se despedir.
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Lauren
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Ficamos por horas deitadas sem conseguir nos mover. Acho que nem todo mundo, como nossos filhos, gostaria de saber os detalhes, mas outros estariam muito curiosos pelo motivo de não conseguirmos sentir nosso corpo além de músculos doloridos ao nos mexer e olhos cansados demais até para se manterem abertos.
Apostamos quantos orgasmos conseguiríamos ter numa noite completa sem apagar ou não aguentar mais os toques, isso já preparado para obedecer nossos limites, já que era nosso objetivo, mas perdemos as contas depois do meu sétimo, só não queríamos admitir. Desmaiamos depois de um tempo sem saber o resultado e quando acordamos sem conseguir nos mexer tivemos que apostar quem levantaria para iniciar o dia.
Camila perdeu, é claro. Nem morta e zonza de cansaço sexual eu concordei com a malandragem dela de querer decidir no par ou ímpar ou no pedra, papel, tesoura. Ela era uma trapaceira, mas sempre discutia que não tinha como. Eu também não sabia dizer como ela fazia, mas só assim que era possível ganhar de mim.
Ela levantou se arrastando, ganhando um pouco mais de energia depois que foi ao banheiro. Até pareceu ser gente, os cabelos menos desgrenhados pelo tanto que puxei e sei lá o que mais cheguei a fazer. Esqueci até meu nome e talvez tenha sentido que eu era Camila em algum momento de tanto e por tanta intensidade que estávamos uma na outra. Lembrar onde estávamos? Não mesmo.
Imaginei o horror que o meu cabelo estaria com tudo isso que fizemos. Camila tinha um apreço por puxar meu cabelo ainda maior que o meu pelo sobre o dela porque sabia que eu desligava do racional e me descontrolava.
Uma trapaceira.
Bocejei e me estiquei preguiçosamente sentindo de vez as dores musculares. Não me importava, fizemos muita loucura.
Saí do quarto após uns minutos para ficar digna novamente. Estava silencioso, o que significava que nossos filhos e neta saíram. Não falo o nome de Olivia porque era como uma de nossas pestes já. Provavelmente nos chamaram e adivinharam corretamente que não estaríamos em um estado que eles gostariam de ver.
Esfreguei os olhos. Ainda estava cansada e sonolenta. Ainda assim fui ver se recebemos alguma carta como fazia em toda manhã. Geralmente tinham apenas as dívidas, mas dessa vez tinha coisa demais esperando. Franzi o cenho e olhei para o monte de envelopes em meio a um bocejo dolorido e engasguei, correndo como dava de volta para Camila.
- Camila! - gritei, mais rouca que o normal por motivos noturnos óbvios.
Não perturbávamos nossos filhos. Após a polícia nos procurando por causa de gritos pagamos por isolamento acústico.
Ela se virou para mim. Estava fazendo torradas super torradas, que era o melhor que poderia fazer além de cortar frutas. Não misturava mais porque acabava deixando um gosto estranho e trocava de faca para cada uma. Minha esposa pareceu confusa.
- Que foi? - perguntou, colocando os pães esturricados em um prato.
Minhas mãos tremiam e dessa vez nem era pelo exercício noturno. Meus olhos estavam arregalados.
- Precisamos correr e cavar um buraco - foi o que eu disse.
Camila largou tudo na bancada e se aproximou de mim com os olhos assustados.
- Ah, meu Deus! Quem você matou? Você está bem? Recolheu todas as armas e provas? O corpo está fácil de carregar? Alguém viu? Você...
Fiquei desorientada com o interrogatório e cobri sua boca com uma das mãos. Fiquei em silêncio tentando entender até perceber que ela estava preocupada em ter que enterrar um corpo. Meu estômago revirou e comecei a rir.
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Um, Dois, Três!
FanfictionEla me beijou uma, duas, três... milhares de vezes. E nosso amor se entrelaçou como nossas vidas se uniram por uma história inicial. E nunca terminaria, porque infinitamente respiraríamos fundo e contaríamos para continuar vivendo ardentemente: um...
