Vinte e Cinco - Um, dois, três, inspira...

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Lauren

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Não é que tenhamos perdido o controle, não pense assim. O problema era que eles eram três. Se você nunca teve que colocar ordem em três bebês, então não sabem a dificuldade que é.

Camila e eu investíamos boa parte do tempo livre pesquisando sobre o que fazer com eles. Como educar três seres humanos idênticos e diferentes e na mesma faixa etária quando não podíamos devolver eles para ninguém no fim do dia. Isso era ser mamãe nível hard.

- Talvez devêssemos tentar ioga ou meditação com eles - Camila sugeriu em meio a suas pesquisas - ajudou a te acalmar...

Não falei nada de imediato. Ela sabia que eu tinha problemas com meu gênio competitivo e quando eu entrava no modo turbo recorria a meditação e exercícios de respiração para voltar ao lugar.

- Você acha que eles escutariam? - indaguei com a maior sinceridade.

Eles eram muito maluquinhos e eu não tinha certeza se era normal. Nesse momento estavam no cochilo da tarde e nós duas buscávamos por como administrar seus comportamentos porque eu já estava ausente do escritório há mais de um ano e precisava voltar, além de que Camila precisava voltar a ter tempo para escrever sem se preocupar se nossos filhos continuariam vivos se desviasse o olhar por um minuto.

- Podemos tentar. Mal não vai fazer - ela deu de ombros - a outra escolha é colocar os três em uma creche.

Paramos um pouco e nos olhamos nos olhos. Era o tipo de coisa que fazíamos enquanto deixávamos nossa imaginação correr um pouquinho para tentar saber como certa coisa funcionaria.

Na minha mente, os garotos colocariam fogo na creche. Balancei a cabeça.

- Acho que precisamos fazer eles virarem gente primeiro - ponderei - não dá para deixar outra pessoa lidar com os garotos enquanto eles são tão mal educados.

- Eles não são mal educados... - Camila disse em tom de censura - são danados, apenas.

- Eles precisam aprender muitos comportamentos antes de darem trabalho a outras pessoas, esse é o ponto - suspirei - talvez meditação ajude mesmo a acalmar os ânimos e ver se eles escutam, mas e o resto?

- Só de eles escutarem já está bom para fazer o resto da mágica - Camila considerou - com isso podemos tentar disciplinar eles, não sei...

Suspirei.

- E tem mais - lembrei de outro ponto - não podem ir para os cuidados de outra pessoa enquanto usarem fraldas. Não quero ninguém mexendo nas coisinhas dos nossos filhos.

Camila arregalou os olhos e balançou a cabeça com veemência.

- Você tem toda razão - ela disse - falando nisso, como vamos ensinar a eles sobre essas coisas?

Dei de ombros.

- É muita coisa para pensar. Vamos começar com o básico, que é a loucura e os brinquedos espalhados.

- Você acha que já é hora de ensinar ao Daniel que os outros não são Daniel também? - ela me questionou em ar sonhador, mas nós duas rimos da ideia.

- Não! - falamos juntas.

- Até porque ele está certo - apontei - ele veio primeiro, então os outros são as cópias.

Camila riu.

- Isso foi perspicaz. Já sabemos de onde vem o cérebro de gênios do mal de nossos filhos.

Sorri para ela e seu elogio torto.

- Meus mini Lauren - brinquei.

- O mundo que saia do caminho, porque se com uma Lauren já é ruim, imagine com mais três - ela brincou e cutuquei ela com o pé, porque era o que estava mais ao alcance já que Camila estava do outro lado do sofá.

Um, Dois, Três!Onde histórias criam vida. Descubra agora