Lauren
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Não é que tenhamos perdido o controle, não pense assim. O problema era que eles eram três. Se você nunca teve que colocar ordem em três bebês, então não sabem a dificuldade que é.
Camila e eu investíamos boa parte do tempo livre pesquisando sobre o que fazer com eles. Como educar três seres humanos idênticos e diferentes e na mesma faixa etária quando não podíamos devolver eles para ninguém no fim do dia. Isso era ser mamãe nível hard.
- Talvez devêssemos tentar ioga ou meditação com eles - Camila sugeriu em meio a suas pesquisas - ajudou a te acalmar...
Não falei nada de imediato. Ela sabia que eu tinha problemas com meu gênio competitivo e quando eu entrava no modo turbo recorria a meditação e exercícios de respiração para voltar ao lugar.
- Você acha que eles escutariam? - indaguei com a maior sinceridade.
Eles eram muito maluquinhos e eu não tinha certeza se era normal. Nesse momento estavam no cochilo da tarde e nós duas buscávamos por como administrar seus comportamentos porque eu já estava ausente do escritório há mais de um ano e precisava voltar, além de que Camila precisava voltar a ter tempo para escrever sem se preocupar se nossos filhos continuariam vivos se desviasse o olhar por um minuto.
- Podemos tentar. Mal não vai fazer - ela deu de ombros - a outra escolha é colocar os três em uma creche.
Paramos um pouco e nos olhamos nos olhos. Era o tipo de coisa que fazíamos enquanto deixávamos nossa imaginação correr um pouquinho para tentar saber como certa coisa funcionaria.
Na minha mente, os garotos colocariam fogo na creche. Balancei a cabeça.
- Acho que precisamos fazer eles virarem gente primeiro - ponderei - não dá para deixar outra pessoa lidar com os garotos enquanto eles são tão mal educados.
- Eles não são mal educados... - Camila disse em tom de censura - são danados, apenas.
- Eles precisam aprender muitos comportamentos antes de darem trabalho a outras pessoas, esse é o ponto - suspirei - talvez meditação ajude mesmo a acalmar os ânimos e ver se eles escutam, mas e o resto?
- Só de eles escutarem já está bom para fazer o resto da mágica - Camila considerou - com isso podemos tentar disciplinar eles, não sei...
Suspirei.
- E tem mais - lembrei de outro ponto - não podem ir para os cuidados de outra pessoa enquanto usarem fraldas. Não quero ninguém mexendo nas coisinhas dos nossos filhos.
Camila arregalou os olhos e balançou a cabeça com veemência.
- Você tem toda razão - ela disse - falando nisso, como vamos ensinar a eles sobre essas coisas?
Dei de ombros.
- É muita coisa para pensar. Vamos começar com o básico, que é a loucura e os brinquedos espalhados.
- Você acha que já é hora de ensinar ao Daniel que os outros não são Daniel também? - ela me questionou em ar sonhador, mas nós duas rimos da ideia.
- Não! - falamos juntas.
- Até porque ele está certo - apontei - ele veio primeiro, então os outros são as cópias.
Camila riu.
- Isso foi perspicaz. Já sabemos de onde vem o cérebro de gênios do mal de nossos filhos.
Sorri para ela e seu elogio torto.
- Meus mini Lauren - brinquei.
- O mundo que saia do caminho, porque se com uma Lauren já é ruim, imagine com mais três - ela brincou e cutuquei ela com o pé, porque era o que estava mais ao alcance já que Camila estava do outro lado do sofá.
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Um, Dois, Três!
FanfictionEla me beijou uma, duas, três... milhares de vezes. E nosso amor se entrelaçou como nossas vidas se uniram por uma história inicial. E nunca terminaria, porque infinitamente respiraríamos fundo e contaríamos para continuar vivendo ardentemente: um...
