Trinta e Seis - Ingratos! Covardes! Perdedores!

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*----------- quadro de avisos ------------*

Eu sei, já postei hoje! É que a Camila completou as lembranças das meninas sobre os 10 anos. Ganhamos muito esse ano.

Comentem pra mim, me mimem também.

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Lauren

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Cheguei animada em casa. Havia conseguido o que os meninos imploravam tanto há tempos e nós sempre negamos. Por que eu tinha decidido que daria agora? Não questione a sabedoria materna.

- Amor, cheguei! - avisei, empolgada, embora não precisasse porque ela estava bem a minha frente, assim como os meninos que estavam ocupados com o dever de casa.

Olha, isso era raro. Camila e eu não os estimulávamos a fazer as tarefas de casa. Na verdade, dizíamos para não fazer. Era comprovado cientificamente que esses trabalhos não eram benéficos, pelo contrário, então a menos que fosse estritamente necessário, eles não precisavam gastar tempo com isso.

Se eles precisassem muito entender uma matéria que o tempo de aula falhou em ensinar, nós duas sentávamos com cada um e procurávamos entender juntos. Essa era uma hipótese sobre pegar nas tarefas de casa.

A outra era se o dever valesse alguma nota alta que eles não pudessem recuperar. Nós não tínhamos problemas sobre notas, desde que fossem justificadas e que conseguissem mostrar que aprenderam o que devem aprender. Era por isso que fazíamos competições.

Cada um era bom em alguma área e ruim em outra, mas a escola é um meio cruel que não se importa se você não é bom em algo que acham fundamental, por isso estimulávamos que eles aprendessem, nem que fosse para ganhar um prêmio em casa.

Nesse caso, os três tinham que ir bem e quanto melhor fossem mais alto era a premiação. Funcionava tão bem que era ridículo que ninguém pensasse nisso antes.

- Oi, amor - Camila se aproximou e com ela veio o cheiro de comida ruim.

Ela me beijou. Tinha feito algo amargo, pude sentir o gosto em sua boca. Ou algo tinha amargado e queimado como sempre.

Como podíamos cozinhar tão mal? Nunca melhorava.

- O que temos para o jantar? - perguntei cautelosamente.

Tinha medo da resposta.

- Eu não tenho a menor ideia - Camila confessou, rindo e balançando a cabeça negativamente - tentei fazer alguma coisa, mas depois de uma transformação que não sei como aconteceu, já não lembro o que deveria ser aquilo. Mas ainda está melhor que o frango que você decidiu fazer ontem.

- Ei! - protestei, dando um tapinha em seu ombro - não estava tão ruim.

- Lauren, a carne estava roxa! - Camila apontou, me fazendo rir - no dia em que você conseguir explicar isso, dou um desconto para a coisa monstruosa que você fez com aquela ave.

Pisquei, me sentindo pensativa.

- Os ossos dela devem estar se tremendo até agora de nervoso - admiti.

- Com certeza estão - Camila assentiu, sorrindo daquela forma bonita que me conquistou.

Não tem como não se sentir envaidecida quando Camila sorria daquela forma. Era para mim, apenas para mim. Era a exposição de seus sentimentos mais íntimos.

- Então... - ela sussurrou suavemente.

Lembrei o motivo pelo qual eu estava tão animada. Ergui a sacola e me permiti sorrir tão largo quanto estava com vontade.

Um, Dois, Três!Onde histórias criam vida. Descubra agora