Cinquenta e Três - Quem sabe o que faz

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*------------ quadro de avisos -----------*

Olá! Eu to devendo, mas vim alegrar vocês hoje. Esse aqui é engraçado. Me deem suas risadas.

Boa leitura. Vou ver se essa semana termino logo o que eu quero. Posso encerrar onde está com o que está pronto? Sim. Mas não quero.

A não ser que vocês queiram.

Até mais.

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Lauren

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Terminei de responder a mensagem que anunciava que ganhei a aposta quanto a quem bebia o chocolate quente salgado que tínhamos feito sem querer mais rápido, Camila ou eu. Na verdade, nossas juradas não concordaram em unanimidade, visto que eu tinha acabado deixando uma mera gotinha cair do copo.

Na minha concepção, isso não significava nada para minha vitória, mas Dinah sempre ficava do lado de Camila, essa era quase a regra. Nisso, eu tinha que convencer as outras duas.

Guardei o celular.

- Gente - chamei a atenção das criaturas que habitavam a casa. Eles estavam concentrados em fazer gracinhas para Charlie, mas resmungaram um som anasalado para indicar que ouviam - o pessoal todo está vindo para cá.

Olivia ergueu o olhar e Oliver torceu o lábio. Era claro que os dois estavam transferindo os neurônios um para o outro e começavam a pensar juntos. Nenhum deles ficava muito satisfeito porque sempre queriam passar a bigulinha de mão em mão.

Não gostavam disso. Queriam sempre ter controle de como e com quem a filha estava, principalmente por ser tão novinha e sujeita a doenças da rua.

- Põe um pano entre a bebê e as roupas das pessoas - sugeri já sabendo o que estavam pensando.

Oliver era meu filho, eu o conhecia como a palma de minhas mãos e com a proximidade da garota, tendia a entendê-la também.

Eles assentiram, mas era mais do que isso. Se preocupavam com a beijação que distribuíam. Era um incômodo diretamente relacionado a saúde. Quem beijava bebês tinha que levar uns socos básicos, eu concordava com isso.

Camila bocejou e se espreguiçou como a gatinha que era.

Faltou soltar um "miau".

- Acho que devemos preparar um lanche para eles, então - sugeriu, bocejando novamente - uns biscoitos, talvez? Deve ter uma receita fácil na internet.

- Oh, não!

- Oh, não!

- Oh, não!

- Oh, não!

Esses foram Daniel, Oliver, Thomas e Olivia. Se conseguisse, Charlie teria reagido da mesma forma. Camila estava decidida a melhorar seus dons culinários, só não estava tendo sucesso.

Os meninos sempre tentavam fugir dos pratos que preparava. Thomas até mesmo tentou ensinar alguma coisa e cozinhar com ela dando os direcionamentos para que o ajudasse, mas não tinha jeito. O arroz pelo qual minha esposa dedicada ficou responsável tinha acabado queimado, com uma textura semelhante a um tijolo e esverdeado.

Dizendo ela que fizera exatamente como nosso filho orientou.

Tentei comer para dar apoio moral, mas o que consegui desgrudar para comer apresentou um sabor azedo estranho e minha barriga começou a fazer uns barulhos que me levaram correndo ao banheiro por cinquenta minutos ininterruptos.

Devo ter perdido uns cinco quilos. Eu deveria agradecer a ela pelo arroz detox?

Não posso reclamar. Nossos filhos quando começaram a comer algo mais elaborado que costumávamos fazer sentiram alguma dor de barriga e se recusavam a se alimentar mais do que as verduras no vapor e sem tempero de sempre. Levou um tempo para seus estômagos se acostumarem.

Um, Dois, Três!Onde histórias criam vida. Descubra agora