Cinquenta e Quatro - Charlie

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*----------- quadro de avisos -----------*

Olá! Para a felicidade (mas não tanto) de vocês, eu estou terminando o que queria fazer aqui. Estamos nos capítulos finais. Menos de 5 agora.

Boa leitura!

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Lauren

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Eu entendia nossos pais agora. De verdade.

Quando ela estava chorando, a vontade que tinha de ajudar era tão grande que parecia me corroer. Eu queria dar dicas e fazer coisas que funcionaram com Camila e eu, queria pegar no colo e ensinar porque Oliver e Olivia eram muito novos e desajeitados.

E eu também via os olhos de Camila saltarem de desejo por isso também. É curioso como os papéis da vida simplesmente casam.

Ainda assim, fizemos o esforço de deixar os dois se virarem com a criação da filha. Não era nosso bebê, tínhamos que nos lembrar. Éramos apenas as vovós de Charlie, a responsabilidade era toda daqueles dois.

E foi por isso que seguimos suas regras em cada detalhe. Sabíamos que também tínhamos desejado essa autonomia e que provavelmente o medo de interferência que sentiam era o mesmo.

- Lauren, você pode pegar a Charlie só um pouquinho enquanto tiro leite? - perguntou Olivia.

Ela estava de volta a escola para seu último ano e tinha aceitado nossa ajuda de ficar com a bebê enquanto estava fora para que completasse sua educação básica.

- Claro - estiquei as mãos e ela me passou Charlie, que riu ao olhar para minha cara. Ela tinha algum problema que sempre a fazia rir quando me olhava. Segurava meu rosto com suas duas mãozinhas e ficava me encarando.

Charlie era muito parecida com a mãe, mas tinha os olhinhos caidinhos de Oliver e meu sorriso. Sua pele era um pouco mais clara que a de Olivia, mas ela ainda era muito nova para qualquer coisa ser definitiva. Camila era apaixonada por seus cachinhos bagunçados, dizia que ela poderia se transformar em um alienígena, contanto que pudesse enrolar seus cachinhos nos dedos.

- Garotinha, você está ficando pesada - disse a ela, que riu porque provavelmente não tinha discernimento para se questionar se era um comentário bom ou ruim.

- Mamando mais do que dormindo, era de se esperar - Olivia disse com um risinho - vai ficar uma pequena bolinha.

Charlie riu.

- Nessa casa amamos bolinhas e bolinhos - falei - é perfeita. Eu fiz café, não vai querer?

- Não! - ela riu - fiquei com dor de barriga por três dias da última vez, acho que aprendi a lição.

- Cruel! - apontei o dedo para ela, que sorriu sem se importar, então sorri de volta.

Tinha se habituado a família, principalmente porque seus pais nunca mais entraram em contato. Dali tudo o que tinha restado a ela era a família amorosa do tio, que enlouqueceram com Charlie e vivia de entregar presentes.

Eles diziam que o filho vivia de casos nada sérios a filha deles aparentemente nunca daria netos a eles, então teriam que adotar a de Olivia. Isso a fazia feliz. Era bom.

- Amor, você viu meu pulôver? - Camila apareceu no topo da escada fazendo a pergunta.

- Não, mas para o que você quer ele? - indaguei.

Olivia pegou Charlie para sei lá o que.

- Para... ei! Esse é meu pulôver! - Camila apontou e me olhei de cima a baixo.

Um, Dois, Três!Onde histórias criam vida. Descubra agora